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Com dólar alto, exportações brasileiras crescem em meio à crise

A média diária de produtos enviados ao exterior teve alta relevante entre janeiro e março. As importações, por outro lado, caíram

atualizado

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O número de casos do novo coronavírus cresce dia após o outro no país, impactando fortemente a economia. A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que iniciou o ano próximo a um avanço de 3%, foi revisto pelo próprio governo 0,02%.

A balança comercial, que registra a soma dos valores exportados e importados, entretanto, não dá sinais de ter sentido o efeito da pandemia.

Dados do Ministério da Economia apontam que, de janeiro até a terceira semana de março deste ano, foram exportados US$ 44,1 bilhões, valor ligeiramente superior ao registrado no mesmo período do ano passado: US$ 43,5 bilhões.

A evolução é resultado da alta do dólar – que encerrou a quarta-feira (25/03) cotado a R$ 5,03 – que torna os produtos brasileiros mais baratos no exterior, somado a outras particularidades da produção exportadora local. O fato de ser bastante amparada em produtos primários, como alimentos, a torna mais resiliente a esses movimentos.

Primeiros meses 
Em janeiro, foram exportados US$ 14,5 bilhões ante US$ 16,1 em importações. O saldo ficou negativo em US$ 1,6 bilhão. Na época, a moeda norte-americana estava cotada perto dos R$ 4,1. Em fevereiro, a situação mudou. Cotada na casa dos R$ 4,3, as exportações subiram para US$ 16,3 bilhões e as importações caíram para US$ 13,2 bilhões. O saldo foi positivo em US$ 3 bilhões.

Em março, com o dólar na casa dos R$ 5, o movimento manteve a tração. Até o dia 22, já foram vendidos US$ 13,2 bilhões e comprados US$ 10,5 bilhões do exterior. O saldo está positivo US$ 2,6 bilhões. Enquanto em janeiro a média diária de exportações era de US$ 659 milhões, em março o valor está em U$ 883 milhões. Esse valor evoluiu apesar da depreciação das expectativas em todo o mundo.

Segundo a professora de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marta dos Reis Castilho, a exportação de soja, um dos principais produtos brasileiros na balança, ganhou ritmo nas últimas semanas e favoreceu a alta mesmo com a economia global em crise. “Nas exportações, o impacto [negativo] é pouco porque tem o fôlego dado pela soja”, enfatiza.

Além disso, ela destaca que o perfil das exportações brasileiras, com larga fatia composta por produtos agrícolas, como milho, laranja e café, deve garantir que haja menor impacto do novo coronavírus por se tratarem de bens primários e, em muitos casos, indispensáveis.

Teoricamente, a alta do dólar favorece as exportações, pois o produtor gasta em real, que está desvalorizado, e recebe em dólar. O mesmo efeito, porém em ordem inversa, é sentido pelos compradores.

Neste ano, a moeda norte-americana encareceu 26,72% para os brasileiros. Em termos de comparação, em 1º de janeiro o dólar era vendido a R$ 4,0195.

Importações
Se a indústria exportadora foi favorecida pela alta do dólar, o mesmo não pode ser dito dos importadores. Os produtos vindos de fora também registraram alta no acumulado do ano na comparação com o mesmo período de 2019. O valor subiu de US$ 35,3 bilhões entre janeiro e a terceira semana de março de 2019 para US$ 40 bilhões no mesmo período de 2020.

“Pelo lado das importações tá começando a afetar”, destaca Castilho. Isso porque a média diária caiu mês por mês, inclusive nas três primeiras semanas de março. Em janeiro, a média diária estava em US$ 735 milhões. Em março, passou para US$ 705 milhões.

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