Com aquecimento global, Brasil produzirá menos alimento
Prognóstico feito pela ONU, resultado da pesquisa de cientistas de 66 países, indica possíveis novas crises humanitárias
atualizado
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O impacto da humanidade sobre o clima é a “constatação de um fato”, afirmam cientistas da Organização das Nações Unidas em um documento histórico divulgado nesta segunda-feira (9/8). O relatório aponta que, em menos de uma década, os gases do efeito estufa esquentaram o planeta muito mais do que o previsto. Se não fosse o suficiente, o problema ainda causará fortes prejuízos econômicos para o mundo. No Brasil, podemos esperar uma representativa queda da produção agrícola.
Diante da pandemia da Covid-19, o novo prognóstico feito pela ONU, resultado da pesquisa de cientistas de 66 países, indica possíveis novas crises humanitárias.
Os especialistas afirmam que, caso o Acordo de Paris (pacto climático que países assumiram em 2015 para conter o avanço do aquecimento global) não seja cumprido, regiões como o Centro-Oeste e a Amazônia serão fortemente afetadas. É preciso evitar também que o planeta atinja 2ºC acima dos níveis pré-industriais ainda neste século.
Essa mudança impactará um dos principais motores da economia brasileira, a agricultura, com a previsão de cenários de incêndios e desertificação.
O Cerrado, que é fonte de oito das 12 bacias hidrográficas do país, tem significativa importância no ciclo da água. Com o perigo de incêndio e desmatamento, as chuvas são reduzidas e a temperatura local aumenta, colocando em risco a produção de alimentos e a vegetação local.
Os problemas para o país não acabam aí, afirma o documento. No Sudeste, inundações causadas pelas chuvas se tornarão ainda mais constantes, e castigarão cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.