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CNI defende recriação do Ministério da Indústria em novo governo Lula

A Confederação Nacional da Indústria apoiou, em evento, as propostas de Lula de recriar o Mdic e de fortalecer o BNDES com recursos públicos

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
ministério do desenvolvimento, industria e comérico exterior
1 de 1 ministério do desenvolvimento, industria e comérico exterior - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Maior representante do setor, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu, nesta terça-feira (05/12), a proposta do novo governo de retirar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) do guarda-chuva do Ministério da Economia e torná-la outra vez uma pasta independente.

Em evento organizado para jornalistas, Mário Sergio Telles, gerente executivo de economia da CNI, disse que o plano apresentado durante a campanha de Lula é bem-vindo, pois “dá instrumentos para a realização de uma política industrial moderna”.

“Precisamos de um Mdic forte, isso é essencial para a implementação de uma política industrial eficiente. O plano de retomada que foi apresentado para os candidatos e, agora, para o presidente Lula contempla não só a política industrial, mas outras medidas para que o setor e a economia possam crescer mais a partir da correção de problemas e distorções”, diz Telles.

Questionado se o plano da CNI contemplaria desonerações fiscais, como ocorreu de forma ampla durante os últimos governos, em especial durante o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, Telles diz que a política industrial moderna “não necessariamente exigirá mais, do ponto de vista fiscal”.

“Não vejo o crescimento da indústria atrelado a desonerações. É o oposto, na verdade, uma vez que o setor é um dos mais tributados e com um sistema de impostos cheio de distorções”, afirma o gerente da CNI.

Ele esclarece que a defesa da CNI é para que o próximo governo não aumente a carga tributária, mas que entende que, caso não seja possível reduzir impostos, é urgente acabar com distorções na forma de recolhimento das contribuições.

“Por outro lado, todo país tem incentivo para a inovação. O Brasil também tem, mas muitas vezes são incentivos ineficientes”, critica Telles.

BNDES forte

Além da defesa por um Mdic separado da estrutura da Economia, Telles elencou como essencial a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento à indústria.

Para isso, o gerente executivo da CNI diz que o BNDES deverá estar “mais forte” e com “mais recursos” para contribuir para a inovação na indústria e para o crescimento da economia.

“A cada R$ 1 investido na indústria, devolvemos R$ 2,70 para a sociedade. O nosso setor é muito importante para o crescimento sustentado e sustentável do PIB nos próximos anos”, finaliza Telles.

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