CNI: coronavírus já causou queda na demanda de 79% das empresas
Pesquisa mostra ainda que 53% das empresas tiveram impacto “intenso” e 15% já demitem – mas CNI não defende retomada imediata de atividades
atualizado
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Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (30/03) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra o impacto que a crise do coronavírus já trouxe para o setor. Segundo a entidade, a pandemia e os esforços para combatê-la fizeram com que 79% das empresas sofressem queda de demanda, sendo que, em 53% dos casos, com impacto considerado “intenso”. A consulta foi realizada com 734 empresas de pequeno, médio e grande portes nos dias 26 e 27 de março.
Apesar do forte impacto nas empresas, a CNI não aderiu à campanha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela retomada imediata das atividades econômicas. O presidente da entidade, Robson Andrade, pegou coronavírus, está em isolamento e defende que o governo invista no setor de saúde pública e na saúde das empresas neste momento.
Andrade defende que os esforços agora sejam no salvamento de vidas, mas que haja planejamento para dar ao setor econômico uma luz no fim do túnel. “Precisamos ter o equilíbrio necessário para retomar a atividade em alguns meses. É preciso evitar a demissão. Até porque isso traria consequências posteriores”, disse o presidente da CNI.
Mais números
Ainda segundo a pesquisa divulgada pela entidade, 70% das empresas experimentaram queda no faturamento, 49% tiveram pedidos cancelados, 30% pararam totalmente a produção e 37% relatam ter muita dificuldade para conseguir insumos ou matérias-primas.
Como medidas para lidar com a situação, 58% das empresas adotaram o teletrabalho, 47% concederam férias coletivas, 13% reduziram a jornada de trabalho e 15% já adotaram a medida mais drástica: demissões.