metropoles.com

Cidades, Transportes e Integração terão cortes maiores no Orçamento

Equipe econômica ainda tenta reverter parte desse contingenciamento extra e enfrenta dificuldade em garantir o cumprimento da meta fiscal

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Esplanada dos Ministérios
1 de 1 Esplanada dos Ministérios - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Os cortes de despesas que o governo deve anunciar nesta quinta-feira (27/7) vão atingir mais fortemente os Ministérios da Integração, das Cidades e dos Transportes. Segundo apurou a reportagem, o bloqueio adicional não afetará todos os órgãos na mesma proporção do orçamento destinado a cada um. A equipe econômica, que ainda tenta reverter parte desse contingenciamento extra, enfrenta dificuldade em garantir o cumprimento da meta fiscal, que prevê um déficit de no máximo R$ 139 bilhões.

Segundo informou um integrante da equipe econômica, o governo vai revisar todos os itens de despesa para 2018 e também 2017 para traçar um plano emergencial. Os números do Tesouro divulgados na quarta-feira (26) mostraram um quadro dramático. O rombo acumulado em 12 meses até junho alcançou R$ 182,8 bilhões, um déficit R$ 43,8 bilhões maior do que a meta de 2017.

Economistas apontam que a meta pode estourar em R$ 20 bilhões, exigindo do governo ações ainda mais duras para evitar ter de pedir ao Congresso autorização para aumentar o déficit. As cúpulas das áreas política e econômica do governo se reúnem hoje pela manhã no Ministério da Fazenda para discutir medidas.

O presidente Michel Temer (PMDB) foi aconselhado a jogar mais duro com o corporativismo do funcionalismo público federal e vai autorizar o adiamento do reajuste de várias categorias de servidores em 2018. O assunto entrou em pauta e outras possíveis medidas estarão sendo discutidas a partir de hoje, disse a fonte da equipe econômica.

Até agora, a área econômica espera conseguir resgatar mais R$ 1 bilhão em precatórios não sacados que estão depositados na Caixa, a Petrobras anunciou que aderiu ao Refis e vai pagar à vista R$ 1,3 bilhão neste ano de uma dívida de R$ 4,3 bilhões que está sendo renegociada. O restante será pago em 145 prestações a partir de janeiro de 2018.

Caso haja o ingresso dessas receitas, o corte adicional no Orçamento, programado em R$ 5,9 bilhões, pode ficar menor. O valor, no entanto, ainda é insuficiente para impedir que haja novo aperto nas contas. O corte atualmente em vigor é de R$ 39 bilhões.

O governo precisa divulgar até o fim do mês a programação orçamentária, onde vai especificar quais órgãos serão afetados pelo corte.

Os três principais ministérios afetados são responsáveis por importantes programas, como a obra de transposição do Rio São Francisco (Integração), Minha Casa Minha Vida (Cidades) e as concessões de rodovias, portos e aeroportos e ferrovias à iniciativa privada (Transportes). A área econômica está trabalhando na distribuição do corte e enfrenta pressão dos ministérios.

Para evitar um colapso da máquina administrativa, a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, informou que com o corte o governo fará um remanejamento das despesas de uma rubrica para outra para garantir o atendimento de serviços essenciais à população. “Isso não elimina a necessidade de conscientização dos ministérios do momento restritivo que passamos”, afirmou.

Recentemente, as polícias Federal e Rodoviária Federal suspenderam a prestação de serviços, como a emissão de passaportes e patrulha das rodovias.

Rombo
Pelos cálculos do professor da Escola de economia da Fundação Getúlio Vargas Márcio Holland, os números divulgados na quarta apontam um rombo acima de R$ 20 bilhões em relação à meta. Segundo ele, dois terços desse adicional do déficit são decorrentes do aumento de despesas com pessoal e um terço, são gastos para pagamento dos benefícios da Previdência.

“O déficit deve passar de R$ 160 bilhões este ano e já jogando contra um déficit menor no próximo ano”, estimou Holland, ex-secretário de política econômica. Em 2018, a meta é não ultrapassar um rombo de R$ 129 bilhões.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?