Cenário de incertezas continua e Ibovespa fecha em queda de 0,87%
Com a instabilidade política, a bolsa fechou em queda de 0,87%, aos 62.210,55 pontos. Na semana acumula queda de 0,48%
atualizado
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O principal índice da bolsa acelerou as perdas nos últimos momentos do pregão desta sexta-feira (9/6) em um movimento de proteção de investidores que estavam pouco dispostos a passar o final de semana comprados diante de indefinições como a do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer e do ‘desembarque’ do PSDB do governo. O Ibovespa fechou em queda de 0,87%, aos 62.210,55 pontos. Na semana acumula queda de 0,48%. Essa “corrida” levou o volume de negócios para o maior nível na semana, de R$ 7,19 bilhões.
“Investidor não tem medo de crise, tem medo é de escuro, de um quadro de incertezas”, ressaltou o estrategista-chefe da Eleven Financial, Adeodato Volpi Neto.
Para esse profissional, a retração no valor das ações de bancos ainda refletiu hoje a Medida Provisória (MP) editada ontem pelo governo, que permite acordos de leniência e eleva o valor de multas dadas tanto pelo Banco Central quanto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Foi o remédio certo na hora errada”, disse Volpi Neto, explicando que as medidas melhoram a qualidade da regulação, mas, no momento de incertezas como o atual, há quem interprete como ajuda aos bancos.
O analista da Ativa Investimentos, Pedro Guilherme, lembra que toda essa crise política afeta diretamente o andamento das reformas, o que contribui para azedar o sentimento dos agentes de mercado. “As reformas estão sendo postergadas e, a cada dia, parece ser mais difícil a negociação para as aprovações”, disse.
Nesse contexto, os papéis recuaram. A maior perda do dia ficou com a Unit do Santander (3,41%). Banco do Brasil ON caiu 1,63%, Bradesco ON, 1,60%, e Itaú Unibanco PN, 1,57%. Com as quedas na sessão de hoje, essas instituições, respectivamente, acumulam perdas nos últimos 30 dias de 10,77%, 13,79%, 13,60% e 8,42%. No acumulado de 2017, as ações do banco estatal – e mais sensível à crise política – já estão no negativo assim como as da instituição espanhola.
Na mão contrária dos bancos, Petrobras seguiu de perto a tendência externa com a alta da cotação do petróleo no mercado internacional e, segundo Guilherme, também refletiam as medidas em prol do aumento de governança anunciadas recentemente. Já as ações de CSN, Gerdau, Vale e Bradespar figuravam entre os maiores ganhos do índice na última hora da sessão de negócios. Segundo operadores, contribuíram para os desempenhos a devolução de perdas acumuladas neste mês e dados otimistas sobre a continuidade dos estímulos à economia por parte do governo chinês.