Capital humano é o que mais impacta no Custo Brasil, aponta MBC
Indicador foi obtido a partir do estudo realizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento
atualizado
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O maior impacto no Produto Interno Bruto (PIB) nacional é empregar capital humano, o que envolve qualificação de mão de obra, encargos trabalhistas e processos e encargos jurídicos. Esse é o eixo que mais tem influência no Custo Brasil, que atingiu R$ 1,7 trilhão em 2021.
O indicador, obtido a partir do estudo realizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), é resultado de um conjunto de entraves que oneram o ambiente de negócios nacional.
“A baixa qualificação de mão de obra brasileira segue como o fator de maior peso, representando 8% do Custo Brasil”, diz o documento.
O que é o Custo Brasil
Criado em 2019, o Custo Brasil representa a despesa adicional que as empresas brasileiras têm de desembolsar para produzir no país, em comparação com a média do custo nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O número impacta na operação de empresas de diversos portes e segmentos, encarece preços e serviços, comprometendo investimentos e a geração de empregos no país.
O cálculo leva em consideração todo o ciclo de vida de uma empresa, com base em indicadores de 12 áreas consideradas vitais para a competitividade do setor empresarial.
O Custo Brasil foi medido pela primeira vez em 2019, totalizando R$ 1,5 trilhão, 22% do PIB. Apesar de representar um aumento de cerca de 16% em termos nominais, o novo Custo, quando comparado ao PIB de 2021, tem sua representatividade reduzida, alcançando 19,5%.
“Apesar do crescimento nominal, o número apresentou estabilidade em termos reais, justificado pela inflação do período, assim como pela pequena variação dos gaps comparativos entre Brasil e os países que integram a OCDE”, destaca Rogério Caiuby, conselheiro executivo do MBC.
Parceria com o MDIC
O MDIC, por meio da Secretaria de Competitividade e Política Regulatória, desenvolve um Plano de Redução do Custo Brasil, a ser executado entre 2023 e 2026, e está realizando uma Consulta Pública até o dia 18 de maio.
A coleta tem como objetivo reunir as propostas da sociedade civil, órgãos e entidades da União, dos estados e municípios, para identificar normas que causam custos excessivos ou inadequados à atividade econômica brasileira, como explica a secretária Andréa Macera.
“A consulta pública vai nos ajudar a identificar os gargalos para que possamos agir para removê-los em quaisquer das dimensões do funcionamento de uma empresa, desde a abertura de um negócio, passando pela obtenção de crédito e acesso a insumos e infraestrutura, até o seu eventual fechamento”, reforça.
Macera avalia também que, a partir desse indicador, é possível dar mais visibilidade à realidade de companhias nacionais frente a outros mercados: “É nosso papel atuar de forma assertiva, propondo alterações ou simplificações normativas que se traduzam em aumento da competitividade do setor produtivo brasileiro”.