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Campos Neto sobre sensibilidade do mercado: “Incerteza sobre o fiscal”

Presidente do BC, Campos Neto diz que investidores têm dúvidas sobre o fiscal do novo governo e que ainda há conta da pandemia para pagar

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
O economista Roberto de Oliveira Campos Neto, indicado pela presidência da República para o cargo de presidente do Banco Central, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado
1 de 1 O economista Roberto de Oliveira Campos Neto, indicado pela presidência da República para o cargo de presidente do Banco Central, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), indicou que a sensibilidade dos mercados acontece por conta de dúvidas sobre o fiscal do novo governo. “Eu acho que é muito devido a uma incerteza sobre o arcabouço fiscal do novo governo”. A declaração foi feita nesta sexta-feira (11/11) durante um evento do Conselho Federal de Administração (CFA) Society Brazil, em São Paulo

“Os mercados estão sensíveis à questão fiscal, pois estão tentando entender como [o governo] vai pagar as dívidas da pandemia”, declarou Campos Neto. “A gente entende que teve um gasto grande, mas queremos saber como será o planejamento para atender o social e o fiscal”, completou. 

A avaliação de Campos Neto também faz referência às dúvidas sobre a política fiscal que será adotada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em detrimento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição e a falta de indicação sobre quem será o Ministro da Fazenda.

Na quinta-feira (10/11), Lula criticou a forte oscilação do Ibovespa e do dólar após sua fala em relação ao teto de gastos e a questão fiscal. “Nunca vi um mercado tão sensível quanto o nosso”, disse o presidente.

Selic e choques

“O Brasil teve uma piora da percepção, eu acho que muito decvido a uma incerteza sobre o arcaçouço fiscal do novo governo”, disse Campos Neto, apontando uma chance de novos aumentos na Selic. Ele explicou ainda que os juros no resto do mundo ainda devem subir, incluindo os Estados Unidos. “Grande parte do mundo ainda projeta aumento de juros, com exceção do México e Chile”, disse.

Durante a apresentação, ele explicou que o BC avalia os recentes choques, como a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia, que desbalancearam toda cadeia de oferta e demanda. “Esse cenário mostrou um problema de demanda com oferta pouco adaptável [a problemas]”, disse.

“Vemos muitos debates sobre a natureza da inflação, mas uma coisa é clara, precisamos fazer reformas que atuam do lado da oferta”, pontuou. Campos Neto elencou reformas estruturantes, de impostos e citou que o mundo precisa voltar a uma cooperação internacional.

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