Campos Neto: reajuste de combustível vai impactar a inflação em 0,40 p.p.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse a deputados que o reajuste de combustíveis anunciado nesta terça-feira (15/8) pela Petrobras tem impacto de 0,40 ponto percentual (p.p.) sobre a inflação entre agosto e setembro. Campos Neto salientou ainda que a autoridade monetária deverá revisar suas projeções para o comportamento dos preços a partir desse reajuste.

“Hoje teve um aumento grande (de combustíveis) que tem um impacto na inflação de 0,40 (p.p.) entre agosto e setembro”, afirmou Campos Neto em almoço promovido pela Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE) e representantes do Instituto Unidos Brasil (IUB), em Brasília.

Segundo ele, isso gera um impacto indireto na cadeia, no caso do diesel. “Mas da gasolina direto no IPCA. A gente vai rever algumas previsões com o reajuste de hoje.”

Também nesta terça, Campos Neto ressaltou que há um ciclo de queda da inflação de serviços, mas ressaltou que ainda há trabalho a ser feito.

Os reajustes

De acordo com a companhia petroleira, o preço médio da gasolina subirá R$ 0,41 por litro para as distribuidoras, passando a ser de R$ 2,93 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba.

Para o diesel, o preço passará de R$ 0,78 para R$ 3,80 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba.

Em nota, a Petrobras afirma que “o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda”.