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Caminhoneiros: para compensar perdas na exportação, carne vai aumentar

Em uma semana, exportadores brasileiros deixaram de faturar US$ 170 milhões: 40 mil toneladas não foram embarcadas para o exterior

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Feira do Produtor em Vicente Pires – Brasília, DF – 15/08/2015
1 de 1 Feira do Produtor em Vicente Pires – Brasília, DF – 15/08/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O setor exportador de carne bovina contabiliza prejuízos de US$ 170 milhões em uma semana por causa da paralisação dos caminhoneiros. Por isso, o brasileiro vai pagar mais pela carne nos próximos dias. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli.

Teremos que aumentar preço para compensar o estrago feito, tanto no mercado interno quanto no externo

Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec

Semanalmente, o setor embarca ao exterior 40 mil toneladas de carne bovina, volume que não tem chegado aos portos desde a terça-feira da semana passada (22/5) devido à greve dos caminhoneiros – o movimento foi deflagrado na segunda-feira (21).

Para minimizar o efeito da falta de transporte na atividade do setor, afirmou Camardelli, será necessário mais crédito. “O governo disse que vai dar suporte”, confirmou. “Sem crédito, teremos um problema a mais, que pode se refletir em mais inflação”, emendou.

De acordo com o representante da cadeia exportadora de carne bovina, se o problema não se resolver até esta quinta-feira (31), o ciclo exportador da proteína também será quebrado, a exemplo do que disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, sobre a cadeia de aves e suínos.

“Tenho contratos de produção, um contrato em carteira e um navio no mar. Sem transporte, toda essa sequência fica quebrada”, destacou Camardelli. “Não recebo mais contêiner vazio que vem do porto e, por consequência, eu perco navios nos quais poderíamos embarcar a carne”, acrescentou. Ele espera que, a partir de agora, o governo tome medidas mais firmes para romper os bloqueios mantidos nas rodovias pelos caminhoneiros e atitudes “mais enérgicas” para resolver essa crise “o quanto antes”.

Frigoríficos sem habilitação
Camardelli participou nesta tarde (29/5) de reunião com o ministro Blairo Maggi para discutir as consequências da greve para o setor de proteína animal, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2018, em São Paulo. Também se encontrou com o vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Rui Vargas.

O presidente da Abiec alertou para os riscos de o Brasil ser substituído como país exportador de carne bovina por algum concorrente no mercado externo. Também contou que missões para habilitar frigoríficos no país começam a ser canceladas.

“O Chile vinha segunda-feira [4/6] e já cancelou”, informou. “Estamos com 120 frigoríficos associados paralisados, sem abates. E, sem abates, não é possível haver auditoria para exportação”, lamentou. Segundo ele, 1,4 mil caminhões com produtos perecíveis estão parados nos bloqueios.

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