Câmbio reage à fala de Guedes e dólar chega a R$ 4,26
Ministro da Economia disse não estar preocupado com a moeda americana acima de R$ 4,20: “É bom se acostumar com o câmbio mais alto”
atualizado
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O dólar abriu o dia com a sua cotação pressionada e subiu até R$ 4,26 no mercado de venda à vista nesta terça-feira (26/11/2019). Esta cotação é recorde nominal desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Os juros futuros, por sua vez, chegaram a subir mais de 10 pontos-base no médio e longo prazo.
A cotação da moeda norte-americana em patamar tão alto foi uma reação à fala do ministro da Economia, Paulo Guedes. Em reunião com investidores em Washington, nos Estados Unidos, o economista afirmou, na segunda-feira (25/11/2019), que não estava preocupado com o dólar acima de R$ 4,20.
“É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e com o câmbio mais alto por um bom tempo”, declarou Guedes. Nessa segunda-feira (25/11/2019), o dólar fechou em nova máxima histórica, a R$ 4,2145, o que até então era o maior valor desde o Plano Real.
O sinal do ministro reforçou a percepção do mercado de que o Banco Central pode fazer o último corte de juros em dezembro. Hoje, a taxa Selic está em 5% ao ano. A expectativa é fechar o ano em 4,5%. Os juros, de forma oposta, também operam em recorde, registrando o menor patamar de toda a história.
O investidor deve ficar atento ao impacto do dólar na inflação. Na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que se o patamar da moeda americana pressionar os preços, o BC poderá atuar via política monetária, e não via câmbio.
A valorização do dólar ante o real é limitada de certa forma pelo desempenho quase lateral da moeda americana ante suas rivais no exterior.
Há ainda as expectativas otimistas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Às 9h32, o dólar à vista desacelerava para R$ 4,2540 (+0,94%) e o dólar futuro de dezembro subia 0,59%, a R$ 4,2535, após renovar máxima em R$ 4,2595 (+0,73%).
Na renda fixa, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 estava em 4,720%, de 4,649% no ajuste anterior.
O DI para janeiro de 2023 estava em 6,04%, de 5,94%, enquanto o vencimento para janeiro de 2027 marcava 6,97%, de 6,85% no ajuste anterior.
(Com informações da Agência Estado)