Câmbio para fim de 2016 cai de R$ 4,20 para R$ 4,15
Porém, as projeções para o IPCA deste ano engataram tendência de queda e recuaram pela terceira semana consecutiva. Desta vez, a mediana passou de 7,43% para 7,31%
atualizado
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As previsões do setor privado para o câmbio sofreram várias revisões para baixo no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (28/3), pelo Banco Central. O documento aponta para um dólar no fim deste ano a R$ 4,15 no lugar de R$ 4,20 vista na semana passada e de R$ 4,35 de um mês antes. O câmbio médio de 2016 passou de R$ 4,00 para R$ 3,99 de uma semana para outra – um mês antes, estava em R$ 4,19.
A perspectiva do mercado financeiro para o câmbio de 2017 caiu de R$ 4,30 no boletim Focus para R$ 4,20. Já o câmbio médio do ano que vem saiu de R$ 4,20 para R$ 4,17 de um levantamento para o outro – estava em R$ 4,30 um mês atrás.
O BC tem mantido integralmente a rolagem de leilões de swap cambial, que foram mais expressivos desde de 2013, por meio de ofertas apelidadas de “ração diária”. Também rolou os vencimentos dos leilões de linha que venceriam em fevereiro e anunciou que repetiria esse procedimento em março. Além disso, passou a ofertar leilões de swap reverso e a fazer com mais frequência leilões de linha.
IPCA
As projeções para o IPCA deste ano engataram tendência de queda e recuaram pela terceira semana consecutiva. De acordo com o relatório, a mediana passou de 7,43% para 7,31% nesta semana. Há um mês, estava em 7,57%. Para 2017, o documento divulgado nesta manhã pelo Banco Central trouxe estabilidade das estimativas pela sétima semana consecutiva.
Apesar do alívio, a mediana das previsões para este ano segue acima do teto de 6,50% estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A previsão para 2017 também, já que o limite superior do intervalo da meta para o próximo ano é de 6,00%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das expectativas para 2016 também recuou, passando de 7,46% para 7,18% de uma semana para outra – um mês antes, estava em 7,95%. No caso de 2017, a previsão ficou congelada em 6,20% na semana ante taxa de 6,50% apontada um mês atrás.
A inflação suavizada 12 meses à frente também seguiu o mesmo rumo, saindo de 6,60% para 6,48% de uma semana para outra – há um mês, estava em 6,67%.
Para o curto prazo, os sinais foram contrários. Houve alta das expectativas para a taxa em março de 2016, que passou de 0,52% para 0,54% (quatro semanas antes estava em 0,55%); e baixa no caso de fevereiro, com a mediana das previsões variando de 0,63% para 0,62% de uma semana para a outra – quatro edições atrás da Focus a previsão estava em 0,66%.
De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em dezembro passado, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado. Um novo RTI será divulgado no dia 31 deste mês.
PIB
As projeções do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro continuam a piorar no Relatório de Mercado Focus. Para 2016, a mediana das estimativas passou de uma retração de 3,60% para 3,66% – um mês atrás estava em 3,45%. Para 2017, a previsão ainda é de alta da atividade, mas menor, já que passou de 0,44% para 0,35% – quatro semanas antes estava em 0,50%.
Já a produção industrial apresentou uma mediana das estimativas do mercado um pouco melhor para este ano, de queda de 4,40% ante recuo de 4,50% da semana anterior e de um mês atrás. Para 2017, a previsão ainda continua no terreno positivo, em 0,85% – estava em 0,57% na semana passada e em 0,80% quatro semanas antes.
Os economistas mexeram levemente em suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB. Para 2016, a mediana das previsões passou de 41,05% para 41,10% de uma semana para outra, ante 40,75% de quatro semanas antes. No caso de 2017, as expectativas subiram de 45,30% para 45,90% de uma edição para a outra – no boletim divulgado há um mês a taxa era de 44,00%.
Superávit comercial
O Relatório Focus continua a mostrar o forte ajuste pelo qual passa o setor externo brasileiro. A balança comercial de 2016 deve apresentar superávit de US$ 43,53 bilhões ante previsão anterior de US$ 42,40 bilhões e de US$ 40 bilhões de um mês atrás. Também para 2017 as estimativas estão mais otimistas: a previsão de saldo positivo passou de US$ 46,90 bilhões para US$ 47,50 bilhões de uma semana para outra – o volume apontado um mês antes também era de US$ 40 bilhões.
No caso das previsões para a conta corrente, segue o movimento de previsão de rombo menor. Para 2016, a mediana das expectativas passou de um déficit de US$ 21,21 bilhões para US$ 20,45 bilhões. Um mês atrás, estava em US$ 29,95 bilhões. A atualização da estimativa feita pelo Banco Central na semana passada foi para US$ 25 bilhões.
Já para 2017, a perspectiva do mercado financeiro é de um rombo de US$ 18,20 bilhões, volume menor do que o apontado na edição anterior, de US$ 19,00 bilhões. Quatro semanas atrás, a perspectiva era de déficit de US$ 25,00 bilhões.
Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nos dois anos. A mediana das previsões para esse indicador segue em US$ 55,00 bilhões pela décima quinta semana consecutiva, no caso de 2016. Para 2017, a perspectiva de volume de entradas caiu de US$ 57,50 bilhões para US$ 55,25 bilhões – estava em US$ 55,55 bilhões um mês atrás.
Preços administrados
As projeções do mercado financeiro para os preços administrados trilharam caminhos opostos no Relatório de Mercado Focus. Vilões da inflação de 2015, ao subirem 18,07%, a expectativa agora é de que os administrados terão alta de 7,30% este ano, ante taxa prevista de 7,20% na semana anterior. Quatro semanas atrás, a mediana apontava variação de 7,50%.
No caso de 2017, a mediana das expectativas caiu de 5,58% para 5,50%, o mesmo patamar visto um mês atrás.
O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%. A expectativa do BC é a de que apenas no primeiro semestre deste ano haja uma desinflação de 2 pontos porcentuais no indicador inflacionário. Entre outros pontos, a instituição conta com a ajuda dos preços monitorados ou administrados pelo governo.
No último RTI de dezembro, o BC escreveu que, em 2016, a dinâmica dos preços administrados, aliada a outros componentes, são “fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 2017”. Um novo relatório será divulgado ainda este mês.
Outros índices
Os índices de preços no atacado voltaram a recuar no Relatório Focus. A mediana das projeções para o IGP-DI passou de 7,49% para 7,43% de uma semana para outra. Quatro semanas atrás, estava em 7,83%. Já o IGP-M de 2016 teve queda de 7,73% para 7,68% – quatro semanas antes estava em 7,99%.
Para 2017, no entanto, não houve alteração das expectativas. Para o IGP-DI, a previsão é de alta de 5,50% pela nona vez consecutiva. A taxa é a mesma projetada para o IGP-M do mesmo período, que está neste patamar há duas semanas seguidas – estava em 5,40% um mês atrás.
O IPC-Fipe para 2016 ficou congelado em 7,00%, segundo a pesquisa Focus de hoje. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 7,04%. Para 2017, a inflação de São Paulo subirá, pelo boletim Focus, 5,50%, também a mesma taxa do levantamento anterior. Quatro edições atrás do documento estava em 5,40%.