Caixa tem R$ 5 bi pré-aprovados em financiamento imobiliário com IPCA
Segundo o presidente Pedro Guimarães, o valor do limite de crédito não necessariamente virá do desembolso, mas já estão pré-aprovados
atualizado
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O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que o banco já liberou R$ 200 milhões em crédito imobiliário com correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em menos de um mês do lançamento da nova modalidade.
Segundo ele, a instituição já registrou 2,5 milhões de simulações para essa linha de crédito, tem R$ 5 bilhões em financiamentos pré-aprovados e R$ 600 milhões em processo de contratação.
“Foram R$ 200 milhões de desembolso efetivo, mas R$ 600 milhões estão aprovados e em fase de contratação, ou seja, estão dependendo de alguma burocracia interna, de cartório e registro”, disse Guimarães nesta sexta-feira (13/09/2019), a jornalistas, após participar da abertura de evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo, citando dados do banco de até quinta.
De acordo com ele, os R$ 5 bilhões em limite de crédito não necessariamente virarão desembolso, mas já estão pré-aprovados pela Caixa. Questionado sobre a expectativa do prazo de liberação desses recursos, o executivo explicou que não é possível precisar uma data uma vez que essas pessoas ainda têm de encontrar imóveis e dar o pontapé no processo de contratação para só depois adquirir o financiamento.
O perfil da demanda dos clientes que estão recorrendo ao crédito imobiliário com IPCA, segundo Guimarães, são imóveis de valor entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. “É o perfil da Caixa. A redução da mensalidade de 30% a 40% tem impacto muito grande justamente naquela população do faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, que estava buscando uma alternativa e não tinha”, explicou.
Securitização
Guimarães afirmou que a intenção do banco é iniciar o processo de securitização dos créditos com IPCA em breve, mas que, primeiro, quer consultar todos os órgãos de controle responsáveis. “Queremos começar a securitizar rápido, mas tem todo um processo junto ao TCU, CGU. Nada será feito antes disso”, observou.
A securitização dos créditos não depende de aval dos órgãos de controle, entretanto, a Caixa quer apresentar os modelos matemáticos dos processos para provar, de acordo com Guimarães, que faz sentido e que o banco está ganhando dinheiro. O foco da instituição, segundo ele, é começar a oferecer esses títulos justamente ao seu público-alvo que não tem alternativas de investimento, ficando restritos a poupança e CDBs, títulos de captação bancária.
Questionado sobre a possibilidade de tributação dos títulos do mercado de securitização do setor imobiliário, que hoje são isentos, o presidente da Caixa disse que essa é uma questão de governo. “Se acontecer isso, provavelmente teremos um impacto de aumento de preço, mas não sei se mata esse mercado. Tem uma gordura e vai reduzir essa gordura”, avaliou.
Segundo ele, o prazo da securitização dos títulos será um teste para a Caixa lançar financiamentos imobiliários sem correção. “Vamos testar o apetite de duração. Se for 12 anos, poderemos avançar e lançar o financiamento imobiliário sem correção)”, acrescentou, explicando que se o prazo for menor o lançamento do produto pré, ou seja, sem correção, pode ficar para depois.
Ele reforçou ainda que a questão do descasamento de prazo no crédito imobiliário tem de ser endereçada no Brasil uma vez que o financiamento do setor, que vem principalmente da poupança, tem liquidez diária e a duração dos empréstimos chega a 30 anos, com 12 anos na média.
Além dos produtos já lançados, a Caixa começará a oferta de crédito com IPCA para imóveis financiados na planta a partir da próxima segunda-feira.