Caixa reduz juros de financiamento para imóveis e renegocia dívidas
Banco público lançou novas modalidades para a quitação de débitos, com validade a partir da próxima segunda-feira (10/06/2019). Meta é atender 2,3 milhões de clientes
atualizado
Compartilhar notícia
Brasileiros com dívidas imobiliárias com a Caixa poderão renegociar os débitos com redução de juros e novas alternativas para renegociação. As mudanças foram anunciadas pelo banco público na tarde desta quarta-feira (05/06/2019), com validade a partir da próxima segunda (10/06/2019).
Na prática, o banco reduziu em 1,25 ponto percentual as taxas de juros para operações pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Agora, o valor mínimo para imóveis residenciais enquadrados nos sistemas Financeiro de Habitação (SFH) e Financeiro Imobiliário (SFI) será de 8,5% ao ano e a máxima, de 9,75%.
Poderão usufruir das novas regras pessoas interessadas em imóveis novos, usados, compra de terrenos, construção e reforma. A renegociação de dívidas habitacionais deve atingir 600 mil famílias e beneficiar 2,3 milhões de pessoas.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, explica que as mudanças ajudam na retomada de investimentos no setor. “Isso colabora com a criação de empregos, mais renda e aquecimento da economia”, destaca.
Ao todo, R$ 10,1 bilhões estão em atraso, sendo R$ 1 bilhão já em 2019. O universo corresponde a 11% da carteira total do banco, de 5,2 milhões de contratos ativos. Pedro destaca que outras mudanças ainda serão implementadas nas próximas semanas. Ele adianta que lançará linhas indexadas ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas essas operações não foram detalhadas ainda.
“Tiramos a diferença entre uma classe média e uma classe média com a renda um pouco mais alta. Essa redução é muito significativa”, avaliou o presidente da Caixa.
A depender da situação do contrato, haverá diferentes alternativas de negociação. Uma das opções é o pagamento de um valor à vista, com a incorporação das parcelas atrasadas às próximas prestações a vencer até o fim do prazo contratual, por exemplo.
Outra mudança é a possibilidade de o cliente optar pagar dívidas iniciando com parcelas menores e, ao longo do tempo, elas aumentam — sistema price. Hoje, as prestações começam maiores e abaixam com o pagamento da dívida – sistema SAC.
“Isso é bom quando o cliente tem expectativa de aumento de renda. Não estamos mudando o que é oferecido, mas agregando mais uma possibilidade”, frisa Pedro, ao descartar riscos de calote.
A intenção do banco é securitizar ao menos 10% da dívida. Pedro explica que, se isso acontecer, a Caixa poderá aumentar a oferta de crédito ao mercado.
Segundo ele, a carteira de crédito do banco é de R$ 500 bilhões. Por ano, a estatal empresta mais R$ 50 bilhões. Com o pagamento regular das dívidas, poderiam ser acrescidos mais R$ 50 bilhões anuais. “É dobrar o valor que temos hoje”, frisou.
Renegociação de crédito pessoal
Esta é a segunda medida de renegociação de dívidas anunciada pela instituição financeira. No mês passado, o banco divulgou que 3 milhões de brasileiros poderão renegociar dívidas.
Os descontos podem chegar a 90%. A instituição lançou uma nova modalidade para a regularização de débitos e, com isso, espera receber R$ 1 bilhão de volta.
De acordo com a Caixa, 92% de 2,6 milhões de clientes poderão quitar as dívidas por valores menores do que R$ 2 mil. Além desses, 65% de 320 mil pessoas jurídicas terão a chance de saldar os débitos por menos de R$ 5 mil.
Os programas de renegociação valem em todo o país. Os clientes poderão receber atendimento pelo telefone 0800-726-8068 (opção 8), pelo site www.caixa.gov.br/negociar, nas redes sociais, além de nas agências da Caixa.
Veja as condições para renegociar dívidas imobiliárias:
– pagar à vista um valor de entrada e incorporar parcelas atrasadas até o fim do contrato;
– utilização do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para reduzir valor de prestação;
– alteração da data de vencimento das parcelas.