Caixa aprova estatuto com novas regras para a escolha de dirigentes
Alvo de grande escândalo, o banco estatal tirou da Presidência da República a prerrogativa de escolher e destituir executivos
atualizado
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Depois que uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) levou ao afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa Econômica por suspeita de corrupção, a Assembleia-Geral do banco aprovou, em reunião extraordinária nesta sexta-feira (19/1), o novo estatuto da instituição financeira. O documento traz regras para a escolha e a atuação de seus dirigentes, e deve conferir, de acordo com a Caixa, maior transparência aos processos decisórios.
Um dos pontos mais importantes do novo estatuto é o processo de escolha e destituição de dirigentes. Essa responsabilidade, que antes estava nas mãos do presidente da República, passou para o Conselho de Administração do banco, que se manifestará depois do Comitê de Indicação e Remuneração. Antes, o governo fazia a nomeação após indicação do Ministério da Fazenda e consenso do Conselho de Administração da Caixa.
O novo estatuto da Caixa também acrescentou impedimentos e vedações mais rigorosas para a escolha de dirigentes, além de novos critérios para perfil técnico, experiência, conduta, metas e resultados. Antes, eram exigidos apenas reputação ilibada, conhecimento técnico compatível com o cargo, graduação em curso superior e experiência profissional.
Conselho
As atribuições em relação à Caixa que antes eram exercidas pelo Ministério da Fazenda passam a ser de responsabilidade da Assembleia-Geral, que terá competência para eleger e destituir os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal do banco. Será ainda responsável por fixar o salário de administradores, aprovar as demonstrações financeiras, decidir questões no âmbito do conglomerado, como, por exemplo, fusões e aquisições.
O novo estatuto da Caixa começou a ser elaborado em 2016, após a entrada em vigor da Lei das Estatais (Lei nº 13.303/ 2016), e contou com a participação de várias áreas do banco, de sua direção e dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento. Agora, o documento será remetido ao Banco Central.