Brasil tem recorde com 41,4% dos trabalhadores na informalidade
Segundo dados do IBGE, 38,8 milhões de brasileiros trabalhavam sem carteira assinada ou por conta própria no trimestre encerrado em setembro
atualizado
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O Brasil alcançou uma taxa de informalidade de 41,4% no mercado de trabalho no trimestre até setembro, patamar recorde da série histórica, iniciada no ano de 2015. São 38,806 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, o maior contingente já visto nessa situação, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi puxado por recordes tanto na população de trabalhadores atuando por conta própria quanto na de pessoas trabalhando sem carteira assinada no setor privado. O trabalho por conta própria alcançou o ápice de 24,434 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em setembro. Em apenas um ano, o trabalho por conta própria ganhou a adesão de 1,015 milhão de pessoas. Em um trimestre, foram 293 mil trabalhadores a mais nessa condição.
O trabalho sem carteira assinada no setor privado também cresceu para o patamar recorde de 11,838 milhões de ocupados nessa situação. O emprego sem carteira no setor privado aumentou em 384 mil vagas em um ano. Em um trimestre, foram 338 mil trabalhadores a mais.
O mercado de trabalho fechou 138 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre terminado em junho. Na comparação com o trimestre encerrado em setembro de 2018, foram criadas 166 mil vagas formais no setor privado.
O setor público abriu 22 mil vagas em um trimestre, o trabalho doméstico também absorveu mais 22 mil pessoas em um trimestre.
Desempregados
De forma geral, a PNAD referente ao trimestre fechado em setembro trouxe uma taxa de desocupação no Brasil de 11,8%, representando 12,515 milhões de brasileiros sem empregos. O índice tem andado de lado nos últimos meses. Em igual período de 2018, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,9%. No trimestre até agosto deste ano, a taxa foi de 11,8%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.298 no trimestre encerrado em setembro . O resultado representa alta de 0,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 210,424 bilhões no trimestre até setembro, alta de 1,8% ante igual período do ano anterior.
Cresce o número de ocupados
O país registrou 459 mil ocupados a mais no mercado de trabalho em apenas um trimestre, enquanto 251 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados. A população ocupada alcançou um recorde de 93,801 milhões de pessoas. A população inativa totalizou 64,843 milhões no trimestre encerrado em setembro, 86 mil a mais que no trimestre anterior.
Desalentados
O Brasil tinha uma população de 4,703 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro. O resultado significa 174 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em junho. Em um ano, 31 mil pessoas a menos estavam em situação de desalento.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
Falta de emprego
Faltou trabalho para 27,453 milhões de pessoas no país no trimestre encerrado em setembro. A taxa composta de subutilização da força de trabalho diminuiu de 24,8% no trimestre até junho para 24,0% no trimestre até setembro.
O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até setembro de 2018, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 24,1%.