Brasil registra sétimo ano seguido com as contas no vermelho
Pandemia faz déficit primário do setor público fechar em R$ 702,950 bilhões em 2020
atualizado
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O setor público consolidado, composto pelo governo federal, empresas estatais e municípios, registrou déficit primário de R$ 702,950 bilhões em 2020. O dado representa 9,49% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (29/1) pelo Banco Central (BC).
Em outras palavras, isso significa que o governo arrecadou em impostos muito menos do que gastou no ano passado, devido às medidas para conter a crise fiscal causada pela pandemia da Covid-19.
A doença provocou o pior resultado na última década para arrecadação de impostos. Segundo dados divulgados pela Receita nesta segunda-feira (25/1), a arrecadação no ano passado foi de R$ 1,479 trilhão. O valor representa uma queda de 6,91% em comparação ao registrado em 2019 (R$ 1,639 trilhão).
Neste contexto, o país teve o pior resultado de toda a série histórica do BC, que começou em 2001. Este é o sétimo ano seguido com as contas no vermelho.
As despesas mais relevantes foram com o pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores informais (R$ 321,8 bilhões), o auxílio emergencial aos estados (R$ 60,2 bilhões) e com o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (R$ 51,5 bilhões).
O resultado nominal, que é composto pela adição dos juros na dívida, fechou em R$ 1,015 trilhão nas contas do setor público no ano passado, o dado equivale a 13,7% do PIB.