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Brasil está entre os países da América Latina que devem crescer menos

Na região, a Moody’s estima que o crescimento médio entre 2016 e 2018 deve ser de apenas 0,9%

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A agência de rating Moody’s afirmou que o Brasil está entre os quatro países da América Latina que terão crescimento mais fraco em 2017 e 2018 com os respectivos desafios de crédito nesses anos. A informação está em relatório divulgado nesta terça-feira (17/1). Os outros países são Equador (B3 estável), Trinidad e Tobago (Baa3 negativa) e Venezuela (Caa3 negativa). O Brasil tem rating Ba2 e perspectiva negativa.

Na região, a Moody’s estima que o crescimento médio entre 2016 e 2018 deve ser de apenas 0,9%. Esse resultado será “amplamente determinado” pelo enfraquecimento do Brasil e da Argentina, duas das maiores economias latino-americanas. A projeção está bem abaixo da taxa de crescimento média de 3% registrada de 2010 a 2015.

No documento, a agência de rating ainda afirma que espera um aumento nos níveis da dívida no Brasil, visto que a consolidação fiscal continua desafiadora e insuficiente para reverter tendências negativas. Segundo previsão da Moody’s, a Argentina também deve apresentar alta no patamar da dívida.

Perspectiva negativa
Esses dois elementos – crescimento baixo e elevação da dívida – sustentam também a perspectiva negativa da Moody’s para os países da América Latina. Segundo o relatório, oito países (dos 29 aos quais a Moody’s atribui ratings) terminaram 2016 com perspectiva negativa, enquanto apenas três tiveram uma perspectiva positiva. Em 2015, somente seis soberanos tiveram uma perspectiva negativa e outros quatro apresentaram perspectivas positivas para seus ratings.

A agência ainda cita que os fatores de crédito para os credores soberanos da América Latina e o Caribe são negativos devido ao enfraquecimento do ambiente econômico global, aos preços das commodities que continuam baixos e a perspectiva de alta das taxas de juros globais, embora menos deteriorados que em 2016.

“Tendo em vista certa melhora nos preços das commodities e as ações de ratings já efetuadas, esperamos que as tendências de crédito negativas serão contidas em 2017 em comparação com o ano passado”, afirmou Samar Maziad, uma vice-presidente e analista-sênior na Moody’s. “No entanto, esperamos que a qualidade de crédito de uma série de países se deteriorará ainda mais.”

Juros
As taxas de juros globais mais altas e a volatilidade dos fluxos de capital também devem limitar a política de relaxamento monetário em 2017 na região, apesar do crescimento mais fraco em muitos países. “Isso vai restringir o crescimento e contribuir para o aumento dos custos dos juros da dívida doméstica”, completa.

A Moody’s ainda destaca que o México (A3 negativa) está exposto a uma possível mudança nas políticas comerciais dos EUA e à incerteza relacionada a essa alteração, o que será, segundo o relatório, um entrave para o investimento e o crescimento em 2017. No entanto, a Moody’s pondera que as reformas tributárias recentes no país compensaram a perda das receitas relacionadas ao petróleo, melhorando a resiliência do perfil de crédito soberano a choques.

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