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Brasil é o segundo país menos favorável para indústria, diz CNI

De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria, competitividade da indústria nacional só fica à frente da Argentina

atualizado

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1 de 1 aço produção indústria - Foto: Divulgação

A crise econômica que se instalou no Brasil nos últimos dois anos também teve forte impacto na indústria nacional. De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que analisa a competitividade da indústria de 18 países, o Brasil ficou na penúltima posição em 2016, à frente apenas da Argentina e atrás de outras nações da América Latina, como Chile, Colômbia e México.

O estudo avalia os fatores que influenciam a eficiência e o desempenho de empresas na conquista de mercados. A atual colocação brasileira no ranking é a mesma alcançada em todos os anos desde 2012. No entanto, em 2016, o país teve piora em quatro dos nove itens analisados pelo estudo, em relação ao ano anterior. Foram eles: Disponibilidade e custo de mão de obra, Ambiente macroeconômico, Competição e escala do mercado doméstico e Tecnologia e inovação.

Em boa parte do documento, é possível perceber as consequências causadas pela crise econômica. Entre os nove quesitos analisados, o Brasil ficou entre os seis piores colocados em seis deles. A mais baixa posição veio na categoria Disponibilidade e custo de capital, na qual o país ocupa a última colocação. De acordo com o estudo, as taxas de juros praticadas no Brasil são as maiores entre os países analisados, o que dificulta o desenvolvimento da indústria.

Já a queda mais brusca em relação a 2015 foi no tópico Disponibilidade e custo de mão de obra, no qual o Brasil passou da quinta para a 11ª colocação. O estudo mostra que a piora no índice ocorreu especialmente porque, com a crise econômica e o aumento do desemprego, a população economicamente ativa diminuiu.

Produtividade
Um dos pontos ressaltados na pesquisa é a baixa produtividade das empresas. Para o gerente-executivo de Pesquisas e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, o problema é resultado de diversos fatores. “A má qualidade na educação, a alta rotatividade nos empregos, a falta de legislações trabalhistas mais eficientes, o baixo investimento em desenvolvimento e pesquisa afetam de forma intensa esse quesito”, aponta. Desse modo, segundo Fonseca, há escassez de profissionais mais especializados e são necessários mais trabalhadores para uma mesma atividade realizada em outros países.

O diretor de Políticas e Estratégias da CNI, José Augusto Coelho Fernandes, aponta que o fraco desempenho do Brasil no ranking se deve a um conjunto de fatores, e não a aspectos isolados. “Se uma empresa importa insumos de outro país, ela tem que esperar mais, pois os portos não comportam a chegada de navios. Assim, ela é obrigada a ter um estoque grande de materiais, que leva a um financiamento maior e com os juros mais elevados do mundo. Ou seja, toda a cadeia produtiva é afetada e diminui a competitividade”, explica.

Outros aspectos nos quais o Brasil amargou posições ruins foram questões relacionadas à Infraestrutura e logística da indústria, como a qualidade de meios de transporte, energia elétrica e sistemas de telecomunicações. O Peso dos tributos e Aspectos do ambiente macroeconômico, como a alta taxa de inflação, também deixaram a competitividade da indústria nacional entre as últimas no ranking.

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Educação
O único tópico no qual o Brasil avançou em relação a 2015 foi na Educação. Em 2016, o país ocupou a nona posição na categoria, uma acima da décima colocação alcançada no ano anterior. O resultado, no entanto, não significa que a educação no Brasil seja uma questão resolvida. Segundo o estudo, o nível de brasileiros que terminou o ensino superior ainda é insatisfatório e a qualidade da educação é a terceira pior entre os países avaliados.

A melhora que se reflete no ranking é fruto, principalmente, do aumento no número de investimentos na área. Entre as nações analisadas, o Brasil foi a quarta que mais gastou com educação e a segunda entre as que mais utilizaram o Produto Interno Bruto (PIB) para investir no ensino.

Para o gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, “o Brasil precisa valorizar a competitividade se quiser sobreviver no mundo globalizado”. Ainda segundo o economista, para ter melhores condições de competir com os concorrentes, o país deve ampliar os investimentos e aumentar a eficiência na aplicação de recursos públicos e privados em áreas que aumentem a produtividade, como educação, inovação e infraestrutura.

Além do Brasil, foram avaliados no estudo África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia.

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