Bolsonaro sobre fim do auxílio emergencial: “Endividamento chegou ao limite”
Presidente criticou a decretação de novas medidas de lockdown para conter a disseminação da Covid-19 e afirmou que é preciso “tocar a vida”
atualizado
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Em transmissão feita nesta quarta-feira (30/12) na Praia Grande, litoral de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a capacidade de endividamento do país com a concessão do auxílio emergencial “chegou ao limite”, dando a entender que o benefício não deve ser prorrogado.
“Estamos terminando um ano atípico, onde nós nos endividamos em mais de R$ 700 bilhões para conter a pandemia, dar o auxílio emergencial para quem perdeu tudo. Os informais, em grande parte, perderam tudo, a renda foi a zero. Querem que a gente renove [o auxílio emergencial], mas a nossa capacidade de endividamento chegou ao limite”, afirmou.
A oposição cobra, no Congresso, a prorrogação do auxílio emergencial por alguns meses no início de 2021. Para tanto, defende a ampliação do estado de calamidade pública, previsto para encerrar nesta quinta-feira (31/12).
Apesar da pressão desse grupo de parlamentares, o ministro da Economia, Paulo Guedes, descarta a possibilidade de estender o programa para além do previsto.
O auxílio emergencial custou R$ 300 bilhões por ano aos cofres públicos e socorreu 68 milhões de trabalhadores que se viram sem renda em razão da pandemia.
Lockdown
Bolsonaro voltou a criticar a decretação de novas medidas de lockdown por governadores e prefeitos para conter a disseminação da Covid-19, em razão da alta recente de casos. “A gente faz um apelo a alguns governadores que teimam em fechar tudo. Não deu certo, seis meses de lockdown não deram certo”, criticou o presidente.
Bolsonaro provocou aglomeração de apoiadores que se reuniram para cumprimentá-lo na praia. “Muitos vão falar que tem aglomeração, mas, como disse lá no começo: nós temos que enfrentar, tomar conta dos mais idosos, que têm comorbidades, e tocar a vida. E economia tem que andar de mão dada com a vida”, defendeu.
O presidente também afirmou aos simpatizantes que as perspectivas para 2021 são melhores. “2020 foi um ano atípico. Lamentavelmente, tivemos a pandemia. As consequências estão aí… Temos informações de que a economia está reagindo”, afirmou.
Policial militar afogado
Bolsonaro lamentou a morte do cabo da Polícia Militar Diogo Gomes de Melo, de 31 anos, que morreu afogado ao tentar salvar quatro crianças no mar de Itanhaém, litoral de São Paulo, na tarde de terça-feira (29/12). “Realmente, é um herói que deu sua vida pela vida de algumas crianças que estavam tomando banho naquele local”, disse o presidente.
O mandatário afirmou que pretende comparecer ao sepultamento do cabo na tarde de hoje. De acordo com o Grupamento de Bombeiros Marítimo, o policial aproveitava o dia de folga com a família na praia do Suarão quando entrou no mar para salvar o enteado, de 10 anos, e três sobrinhos, todos de 12 anos, que haviam sido arrastados pelas ondas e estavam se afogando.
Ele conseguiu alcançar duas das crianças quando foi puxado pela força da água e não conseguiu retornar para a faixa de areia, desaparecendo no mar. Banhistas que estavam na praia conseguiram retirar as quatro crianças da água. Elas passam bem. O corpo do cabo foi encontrado cerca de uma hora depois no mar.
O policial chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itanhaém, mas chegou ao hospital sem vida.