metropoles.com

Bolsonaro sanciona lei que muda relação entre Banco Central e Tesouro

Texto será publicado na edição desta sexta (03/05/2019), do Diário Oficial da União

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
MICHAEL MELO/METRÓPOLES
Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, sem vetos, na noite da última quinta-feira (02/05/2019), a lei que estabelece uma nova relação entre o Banco Central e o Tesouro Nacional. O texto será publicado na edição desta sexta (03/05/2019), do Diário Oficial da União (DOU).

Um dos principais pontos da proposta é a criação da chamada “reserva de resultado”, para evitar a transferência de recursos de um órgão para o outro. Pela dinâmica atual, sempre que o Banco Central obtém lucro com suas contas cambiais – ou seja, com a variação no valor em reais das reservas internacionais e com os resultados apurados em sua posição em swaps – a instituição é obrigada a transferir este valor, em dinheiro, ao Tesouro.

Por sua vez, o Tesouro é obrigado a utilizar esses recursos no pagamento de juros e na amortização da dívida pública. Porém, ao utilizar o lucro do BC para pagar a dívida pública, o Tesouro desloca outros recursos, antes programados para este fim, para o custeio de novas despesas. Na prática, o mecanismo permite a expansão da despesa primária. Ocorre uma espécie de financiamento implícito do BC ao Tesouro.

Na regra atual, quando o BC registra prejuízo nas contas cambiais, o rombo é coberto pelo Tesouro. No entanto, não existe transferência de dinheiro entre as instituições, mas sim de títulos públicos. A emissão de títulos pelo Tesouro acaba elevando a dívida pública.

Com a sanção da lei, sempre que o BC obtiver lucro na conta cambial, estes recursos serão transferidos para uma “reserva de resultado”. A parcela do lucro do BC não ligada ao câmbio segue sendo transferida normalmente para o Tesouro. Em momentos de prejuízo com o câmbio, essa reserva servirá para cobrir o rombo, sem que o Tesouro precise emitir títulos públicos para o BC, como ocorre atualmente.

De acordo com o Ministério da Casa Civil, um dos objetivos da medida é afastar possíveis entendimentos de financiamento indireto do Banco Central do Brasil a despesas primárias da União; reduzir o fluxo de recursos transferidos do Banco Central ao Ministério da Economia, e deste para o Banco, a título de transferência de resultados positivos e cobertura de resultados negativos relativos ao balanço do Banco; e minimizar os custos do Tesouro Nacional com o pagamento de juros sobre os títulos públicos na carteira do Banco Central.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?