Bolsonaro restringe uso de ar-condicionado e computadores em órgãos federais
Medida de racionamento de energia na administração pública vale para os prédios de ministérios, autarquias e fundações federais
atualizado
Compartilhar notícia
O governo anunciou, nesta quarta-feira (25/8), um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que determina a redução do consumo de energia elétrica, entre 10% e 20%, nos meses de setembro de 2021 a abril de 2022, nas sedes de ministérios, autarquias e fundações federais.
O decreto estabelece várias recomendações com a finalidade de reduzir o consumo de energia elétrica. Entre essas medidas, constam as determinações de que aparelhos de ar-condicionado funcionem com temperatura a partir de 24oC, que computadores sejam programados para entrar em modo de espera quando o usuário se afasta, e que seja reduzida a iluminação de corredores e garagens. O novo dispositivo legal também institui que sejam adquiridos, por meio de licitações, equipamentos com maior eficiência energética.
“Com as medidas, o governo federal espera reduzir o consumo de energia elétrica no seu âmbito interno, colaborando com as medidas decorrentes da atual crise energética. O decreto estabelece ainda a criação de Comissão Interna de Conservação de Energia – Cice, em cada órgão ou entidade”, informou o Ministério de Minas e Energia (MME).
As prescrições ocorrem após a previsão de crise energética no país, com queda no nível dos principais reservatórios e risco de apagões em todo país. O governo passou a usar mais do que o previsto de energia gerada por termelétricas, que é mais cara.
Resposta à crise
Com o decreto, o governo espera dar o exemplo na resposta ao agravamento das crises hídrica e energética que o país enfrenta.
Na terça-feira (24/8), a gestão federal apresentou a proposta de criação do programa de incentivo de redução voluntária do consumo de energia em unidades residenciais.
O projeto foi apresentado ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e será analisado pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), que se reúne nesta quarta-feira.
Diante da crise, o Operador Nacional do Sistema (ONS) indicou flexibilizações temporárias da regra de operação do Rio São Francisco, para tentar minimizar a redução de água nos reservatórios das hidrelétricas nas regiões Sudeste e Sul. O órgão federal também recomendou a utilização dos estoques hídricos armazenados.