Bolsonaro: moeda única da América do Sul trava aventuras socialistas
O chefe do Executivo declarou ainda que as críticas à proposta são bem-vindas. O projeto ainda sequer teve um estudo para respaldar a iniciativa
atualizado
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou, nesta sexta-feira (07/06/2019) após viagem oficial à Argentina, que a criação de uma moeda única na América do Sul pode ser uma trava a “aventuras socialistas” no continente. O projeto sequer teve um estudo para respaldo e foi desautorizado pelo Banco Central.
O chefe do Executivo declarou ainda que as críticas a propostas são bem-vindas e, depois de falar que a possibilidade era “um primeiro passo para um sonho”, afirmou que a ideia existe “desde 2011”.
“Essa proposta existe desde 2011, e Paulo Guedes mostrou-se interessado, juntamente com o governo da Argentina, a voltar a estudar essa questão. Rodrigo Maia (DEM-RJ) e qualquer que tenha criticado, é um direito, é um dever, estamos num país livre. As críticas são muito bem vindas e nos alertam sobre a possibilidade de estarmos nos desviando do caminho certo”, disse o presidente.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou pelas redes sociais a proposta do presidente.
Será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6,00? Inflação voltando? Espero que não. https://t.co/hKCwZjg0WG
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) 7 de junho de 2019
Casamento
Para explicar o novo projeto de moeda única, o presidente voltou a usar o casamento como exemplo.
“Uma nova moeda é como um casamento. Você ganha de um lado e perde de outro. Você às vezes quer ver o jogo o do Botafogo e não consegue porque sua esposa quer ir ao shopping. Mas, como num casamento, a gente mais ganha do que perde. Temos mais a ganhar do que perder. Com uma moeda única damos uma trava às aventuras socialistas que acontecem em alguns países da América do Sul”, disse ele.
“Baita avanço”
O vice-presidente da república, Hamilton Mourão (PRTB), disse, nesta sexta-feira, que a criação de uma moeda única na América do Sul seria um “baita avanço” e comparou a proposta à situação que vive a União Europeia, que tem no euro a sua moeda única.
“É óbvio que se houver a possibilidade de ser factível isso, é um baita de um avanço. Você vê que a União Europeia tem sua moeda única, que é o euro. Se nós chegarmos aqui na América do Sul acho que seria bom pra todo mundo”, comparou.
Apesar do entusiasmo, ele destacou que não estava presente na reunião com o ministro da economia, Paulo Guedes, e com o presidente Bolsonaro, quando foi anunciado a possibilidade de criação da moeda, e por isso não pode comentar sobre o assunto. “A criação de uma moeda única, o Paulo Guedes que entende mais disso aí”, completou.