Bolsonaro convoca reunião para discutir alta do combustível
Presidente quer apelar para governadores reduzir o ICMS e, assim, não interferir diretamente na política de preços da Petrobras
atualizado
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Com a escalada do conflito entre Estados Unidos e Irã, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai discutir uma possível alta no preço do combustível com a equipe econômica, nesta segunda-feira (06/01/2020). A reunião, marcada para às 16h, será comandada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Anteriormente, Bolsonaro sugeriu apelar para que governadores reduzam a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), caso a possibilidade de alta no preço do combustível no país se concretize.
Sem interferir na política de preços da Petrobras, a ideia do presidente é minimizar o impacto do aumento do petróleo no bolso da população.
Em outubro, quando a gasolina estava a R$ 4,39, 28% do preço final do consumidor era composto de tributos estaduais. Ou seja, R$ 1,24 era do ICMS, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
“Vamos supor que aumente 20% o preço do petróleo, vai aumentar em 20% o preço do ICMS. Não dá para uns governadores cederem um pouco nisso também? Porque todo mundo perde”, sugeriu Bolsonaro, na última sexta-feira (03/01/2020).
O mandatário do Executivo disse ter conversado com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Em conformidade com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a ideia de Bolsonaro é que o governo federal não interfira no preço do combustível.
Se o petróleo, contudo, continuar a subir nos próximos dias, “uma providência” pode ser tomada, afirmou o mandatário brasileiro.
“Tivemos nossa conversa e temos uma estratégia de como proceder o desenrolar dos fatos. A coisa que mais preocupa é uma possível alta do petróleo, de 5% no momento”, complementou.
Até a publicação desta reportagem, a Petrobras não anunciou nenhum aumento no preço do combustível.
Em nota enviada ao Metrópoles, a estatal afirmou que “seguirá acompanhando o mercado e decidirá oportunamente sobre os próximos ajustes nos preços”.