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Bolsa renova máxima e alcança a marca dos 80 mil pontos

A puxada do Ibovespa veio por meio das ações da Petrobras e amparada pelo otimismo nos mercados internacionais

atualizado

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Stock market indicator and financial data view from LED. Double
1 de 1 Stock market indicator and financial data view from LED. Double - Foto: iStock

Embalada pelo clima externo favorável e puxada pela valorização das ações da Petrobras, a Bolsa brasileira alcançou nesta terça-feira (16/1) o nível histórico dos 80 mil pontos. Na máxima do dia, bateu 80,2 mil pontos e, ainda que devolva parte desse ajuste, caminha para cravar novo recorde de fechamento. Isso porque conta com estímulos vindos de Nova York, onde os índices de ações sugerem alta firme, buscando também pontuações inéditas, e o investidor estrangeiro retorna do feriado ontem nos Estados Unidos com apetite ao risco.

O Dow Jones, aliás, atingiu os 26 mil pontos pela primeira vez, logo após abertura. O fôlego se dá apesar do quadro doméstico de riscos e incertezas, incluindo questões fiscais e políticas. Já na espera julgamento do ex-presidente Lula, o mercado mantém a aposta num desfecho desfavorável ao petista e, ainda, confiança na retomada da economia como indutores de compras. No câmbio, a reação generalizada do dólar no exterior em relação às perdas da véspera apoia alta da moeda negociada ante o real. Porém, efeito oposto, decorrente de fluxo comercial positivo e vendas de exportadores, faz contrapeso e contém a subida. Os juros futuros oscilam em alta.

Às 12h40, o Ibovespa operava em alta de 0,55%, aos 80.192,03 pontos, depois de ter renovado recorde histórico no fechamento de ontem, aos 79.752 pontos (+0,51%). Na máxima da manhã, o índice à vista foi aos 80.222 pontos, em alta de 0,59%, enquanto na mínima recuou apenas 0,08%, aos 79.689 pontos. O volume negociado soma R$ 2,20 bilhões na B3, com previsão de totalizar R$ 7,49 bilhões ao fim da sessão.

“Apesar do rebaixamento do rating do Brasil pela S&P e das incertezas do cenário político, o fluxo estrangeiro tem contribuído para o fortalecimento do mercado acionário, com indicadores dos Estados Unidos reforçando a visão de um aperto monetário mais gradual por parte do Fed. As condições monetárias mantidas ajudam a sustentar o fluxo para emergentes, e a Bovespa se beneficia desse cenário”, avalia o analista de investimentos da Magliano Corretora Carlos Soares.

De fato, desde 20 de dezembro do ano passado, quando o Ibovespa engatou o rali recente na esteira dos mercados acionários internacionais e passou a bater recordes praticamente sucessivos de fechamento, o índice à vista acumula valorização de 9,73%.

No cenário local, dados econômicos vem reforçando nos últimos dias a retomada da atividade, ressalta Soares. “As prévias operacionais de empresas têm confirmado essa melhora, que é outro fator que traz um viés positivo para a Bolsa, apesar das incertezas com a política e o fiscal”, observa o profissional.

Entre as blue chips, as ações da Petrobras operam em alta de 1,35% (ON) e 2,13% (PN), na dianteira dos ganhos do Ibovespa e na contramão da fraqueza dos preços do petróleo negociados em Londres e em Nova York. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN avança 0,75%, seguido por Bradesco PN (+0,45%) e Banco do Brasil ON (+0,64%). Já Vale ON recua 1,43%, penalizada pela desvalorização de 1,15% do preço do minério de ferro no porto de Qingdao, na China, para US$ 75,71 a tonelada seca.

Adicionalmente, o mercado segue de olho nas discussões sobre o futuro da reforma da Previdência, que tem votação marcada para 19 de fevereiro no plenário da Câmara. Ontem, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que acredita que a situação está “mais favorável” agora para a votação do que em relação ao fim de dezembro do ano passado. “Os votos estão vindo sim, o que nós não estamos neste momento é contando. Quero contar isso no final de janeiro”, disse.

E o cenário fiscal continua no radar. Sobre isso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem ao Broadcast que não deverá ser quebrada a chamada regra de ouro em 2019, lei que proíbe o governo de emitir dívida para financiar despesas correntes. O comentário foi feito após alerta da Moody´s sobre o mecanismo.

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