Bolsa registra alta de 11,14% e tem melhor janeiro em 12 anos
Dólar, por sua vez, amargou queda de 4,05% no período, cotado abaixo de R$ 3,20
atualizado
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O Ibovespa encerrou a sessão de negócios desta quarta-feira (31/1) com ganhos de 0,51%, aos 84.912,69 pontos. Com isso, fechou janeiro valorizando 11,14% — o melhor resultado para esse mês dos últimos 12 anos. Em 2006, o índice à vista ostentou alta de 14,73% no acumulado do mesmo mês.
No câmbio, o dólar encerrou o mês abaixo dos R$ 3,20, com queda de 4,05%, a maior em seis meses. Em julho do ano passado, a moeda caiu 5,87%.
O volume de recursos estrangeiros também fez diferença para o desempenho mensal. Segundo a B3, até o dia 29 de janeiro, o saldo positivo de recursos estrangeiros foi de R$ 9,527 bilhões. Isso significa 70% do registrado em todo o ano passado (R$ 13,4 bilhões).
“Hoje é um bom reflexo do mês como um todo, com os investidores muito otimistas”, disse Filipe Villegas, da Genial Investimentos, para quem o principal impulso ocorreu no dia 24 – quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em segunda instância, além de ter sua pena elevada.
Rodrigo Martins, gestor na AQ3 Asset Management, compartilha a opinião e complementa dizendo que a pesquisa Datafolha mostra um cenário com risco menor de um governo que não seja pró-reforma. “A bolsa pode ganhar mais tração quando ficar claro quem realmente vai liderar. O mercado começa a descartar os piores cenários eleitorais”, disse.
Villegas e Martins lembraram que foi um mês no qual o ambiente exterior benigno levou mercados acionários dos Estados Unidos à Ásia a baterem marcas históricas. Aliado a isso, a maior perspectiva de crescimento também elevou boa parte das cotações das commodities, o que sempre favorece o Brasil.
Ao fim do pregão, as blue chips desaceleraram os ganhos. Ainda assim, a valorização mensal é significativa. Petrobras ON e PN fecham janeiro acumulando alta de 25,96% e 22,36%, respectivamente. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 22,78%, Bradesco PN, 20,44%, Banco do Brasil ON, 24,70% e as units do Santander, 16,57%.