Bolsa cai mais de 4% e dólar vai a R$ 5,69 com teto de gastos ameaçado
Bolsa chegou a cair 5 mil pontos após Guedes admitir pedido de “licença temporária” para furar o teto de gastos e bancar o Auxílio Brasil
atualizado
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A Bolsa brasileira tombou na tarde desta quinta-feira (21/10) em reação ao pedido de “licença temporária” para gastar do ministro da Economia, Paulo Guedes. Na prática, trata-se de furar o teto de gastos para cobrir as despesas do Auxílio Brasil, programa social que vai substituir o Bolsa Família e pagará R$ 400 mensais aos beneficiários.
Às 15h24, o principal índice da B3, o Ibovespa, recuava 4,43%, chegando aos 105.880 pontos, enquanto o dólar subia 2,24%, sendo cotado a R$ 5,69.
A ideia do governo federal é abrir espaço de R$ 83,6 bilhões para despesas adicionais em 2022, ano em que o presidente disputará as eleições. O chefe da pasta de Economia disse que o governo deve pedir o que chamou de “waiver” (renúncia da regra). Segundo ele, o espaço fora do teto será de R$ 30 bilhões, se aprovado.
“Estávamos estudando se faríamos uma sincronização de despesas com o teto. Seria uma antecipação da revisão do teto de gastos. Ou mantém [o teto], mas pede uma licença para gastar essa camada temporária de proteção”, disse o ministro nesta quarta-feira (21/10).
“A camada de proteção é transitória. Nos leva até dezembro do ano que vem. Ou seja, enquanto nós sofrermos esses impactos trazidos pela calamidade da pandemia, nós precisamos de um programa que possa cobrir o preço da comida e da energia, pressionadas pela inflação”, acrescentou.