Bolsa cai mais de 10% e trava negociações pela primeira vez desde 2008
A paralisação terminou às 11h. A suspensão decorre das denúncias que envolvem o presidente Michel Temer e o senado Aécio Neves (PMDB-MG)
atualizado
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O Ibovespa voltou a operar nesta quinta-feira (18/5), às 11h, após ter as negociações suspensas, às 10h21, por meio do “cirucit brake”. A Bolsa caiu mais de 10% nesta manhã em decorrência dos impactos causados pela delação da JBS que envolve o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). No momento da reabertura, operava com queda de 8%.
Assim, as ações que compõem o índice Ibovespa, dos papéis mais líquidos, tiveram seus preços negociados no limite máximo de baixa permitido pela Bolsa, antes de paralisar os negócios. A interrupção ocorreu quando já caíra 10,46%, para 60.470 pontos.
Na última vez que o mecanismo havia sido adotado, em 22 de outubro de 2008, a Bolsa tinha oscilado -10,18%.Operação Patmos
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta quinta-feira a Operação Patmos, no âmbito da Lava Jato, em Brasília, Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. O alvo é o senador Aécio Neves ; a irmã dele, Andrea Neves; e Altair Alves, considerado braço direito do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB).
A jornalista Andrea Neves, uma das principais assessoras dele, foi presa nesta manhã.
Além de Andrea, foram presos Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, primo de Aécio; e Mendherson Souza Lima, assessor de Zezé Perrella. Também foram alvos de mandados de prisão Roberta Funaro, irmã do operador de Cunha, o procurador da República Angelo Goulart e o advogado Willer Tomaz. Outro alvo é Altair Alves, considerado braço direito de Cunha.
A ação tem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou os afastamentos do tucano do mandato de senador e de Rocha Loures (PMDB-PR) do de deputado federal.