Bolsa aprofunda perdas com temor sobre reforma da Previdência
Declarações de autoridades brasileiras nos Estados Unidos elevam temor entre investidores nesta quinta-feira. Dólar sobe
atualizado
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Riscos à Previdência, que já no começo do dia vieram à tona com a ameaça do Centrão de obstruir a votação do parecer favorável à admissibilidade da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ganharam força em meio a declarações de autoridades do governo nos Estados Unidos. E, junto com a influência do mercado internacional, empurram ainda mais para baixo a Bolsa.
Às 12h40, a Bolsa de Valores recuava 1,82%, aos 94.206 pontos. Perto deste horário, o dólar renovou máximas em alta de 0,96%, cotado a R$ 3,8602.
Os estrangeiros atuam mais fortemente na ponta vendedora. Cemig, que recua em resposta à operação da Polícia Federal que investiga esquema de desvio e repasse de recursos irregulares, gera pressão adicional no índice.
A intensificação das perdas ocorreu em meio a afirmações do ministro da Economia, Paulo Guedes, numa apresentação em Washington. Ele disse que o presidente Jair Bolsonaro “não está apaixonado” pela reforma da Previdência, “mas entende que é importante”.
A preocupação do mercado é com atraso do cronograma, além do baixo empenho de Bolsonaro em defesa da proposta. Nesta quinta-feira (11/4) no entanto, ela foi citada pelo presidente no discurso de evento pelos 100 dias de Presidência.
O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) disse que o governo não trabalha com o “princípio de fechamento de questão” dos partidos. Até o momento, o PSL, de Bolsonaro, e o Novo se comprometeram. Por sua vez, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou em Nova York que “precisamos melhorar o encaminhamento da reforma”.
A oscilação do dólar no positivo também está em sintonia com a cotação ante outras moedas emergentes e ligadas a commodities, em meio à repercussão da inflação ao consumidor da China abaixo do esperado e dados bons sobre preços ao produtor e auxílio-desemprego nos Estados Unidos. Tais indicadores positivos ajudaram as bolsas de Nova York a se manter majoritariamente em alta (Dow Jones e S&P 500). Mas sem fôlego. No mercado doméstico de juros, a liquidez é reduzida pela agenda de dados fraca e a despeito de leilão do Tesouro.