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BC vendeu apenas 10% dos US$ 3 bi ofertados em leilões de linha em 8 de setembro

Entrada do Banco Central no mercado de câmbio teve baixo interesse dos agentes

atualizado

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Marcos Santos/USP Imagens
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1 de 1 Marcos Santos/USP Imagens - Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A entrada do Banco Central (BC) no mercado de câmbio no dia 8 de setembro teve baixo interesse dos agentes, conforme revela o resultado da operação de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) divulgado nesta quarta-feira (16/9) pela instituição. Depois de já ter ofertado US$ 2,4 bilhões para rolagem no dia 31 de agosto, o BC ofereceu US$ 3 bilhões de recursos novos em 8 de setembro, mas o apetite dos agentes foi só por 10% desse volume. De acordo com a autarquia, a venda líquida foi de apenas US$ 300 milhões, conforme contabilização feita no dia 10.

Nos últimos meses, o BC vinha realizando a recompra líquida de dólares dessas operações de linha: US$ 100 milhões em agosto; US$ 1 bilhão em julho, US$ 1,550 bilhão em junho e US$ 3,450 bilhões em maio. Em abril, havia sido a última vez em que houve registro de venda líquida, no total de US$ 200 milhões.

O leilão da terça-feira pós-feriado de 7 de setembro, Dia da Independência, foi avaliado como uma resposta do BC ao estresse dos dias anteriores. O anúncio foi feito depois de o dólar à vista ter fechado em R$ 3,85 no balcão, com alta de 2,56% na sexta-feira anterior (28 de agosto), tendo acumulado 8,06% em seis dias. A recompra destes US$ 300 milhões ocorrerá em 4 de novembro e em 2 de dezembro, caso não haja rolagens.

No dia 10, data seguinte ao anúncio de rebaixamento do País pela Standard & Poors, a instituição voltou a entrar no mercado por meio de leilões de linha. O resultado dessas operações é registrado pelo BC em dois dias úteis (14/9), o que significa que elas apenas serão divulgadas daqui a uma semana. A intervenção do BC naquele dia 10, num total de US$ 1,5 bilhão dividido em duas operações, ocorreu logo após o dólar tocar em R$ 3,90. Nos últimos tempos, o BC vinha anunciando leilão em um dia e o executando no próximo, mas neste caso, como se tratava de uma operação emergencial, a divulgação e a operação ocorreram em questão de minutos.

O montante ofertado ficou abaixo do valor oferecido dias antes e o BC não entrou mais em ação, o que sinaliza que a demanda por dólares no mercado não estava tão forte depois do rebaixamento e que a instituição estava tateando o mercado para saber qual era o real apetite dos agentes. Só com o anúncio de atuação do BC, a cotação diminuiu. O mercado também não foi para cima do BC de forma mais agressiva, como chegaram a cogitar alguns agentes na véspera, após a informação da S&P. Havia no front de alguns operadores a possibilidade de o dólar bater os R$ 4,00 logo no início dos negócios daquele dia, o que não aconteceu até agora.

O BC preferiu utilizar como primeira ferramenta para conter a alta do dólar o leilão de linha e não atuar no mercado à vista. A última vez em que se desfez de parte das reservas internacionais foi em 3 de fevereiro de 2009.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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