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BC diz em carta que inflação já se encontra em direção à meta em 2018

O documento traz as justificativas do Banco Central para o fato de a inflação oficial de 2017 ter ficado abaixo de 3,0%

atualizado

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André Dusek/Estadão
Ilan Goldfajn
1 de 1 Ilan Goldfajn - Foto: André Dusek/Estadão

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quarta-feira (10/1), em carta aberta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que a inflação já se encontra em direção à meta em 2018. Ele citou que, no acumulado de 12 meses, a inflação final de 2017 aumentou 0,49 ponto porcentual ante o mínimo de 2,46% que havia sido observado em agosto.

“Projeções condicionais produzidas pelo Copom e expectativas dos participantes da pesquisa Focus apontam continuidade dessa tendência”, afirmou Goldfajn. Ele lembrou que, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro do ano passado, as projeções já apontam aumento da inflação ao longo de 2018.

“Por essas projeções, já ao final do primeiro trimestre de 2018, a inflação atingiria 3,2%, situando-se, portanto, acima do limite inferior do intervalo de tolerância da meta para 2018, de 3,0%, e terminaria o ano em 4,2%, 0,3 ponto porcentual (p.p.) abaixo da meta, de 4,5%”, disse Goldfajn na carta.

Ele lembrou ainda que as mesmas projeções, que consideram câmbio e juros da pesquisa Focus, situam a inflação para 2019 em 4,2%, porcentual próximo à meta de 4,25%.

De acordo com Goldfajn, taxas de inflação trimestrais, ajustadas sazonalmente, “impulsionadas por estímulos monetários, combinadas com o descarte de taxas trimestrais excepcionalmente baixas associadas à deflação de preços de alimentos, implicarão trajetória ascendente, ao longo de 2018, da inflação acumulada em doze meses”.

Na conclusão da carta, Goldfajn afirmou que o BC tem tomado as providências para que a inflação atinja as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5% em 2018, 4,25% em 2019 e 4,00% em 2020.

Além disso, ele repetiu uma ideia contida nos documentos mais recentes da instituição: a de que o processo de corte de juros “continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa de extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”.

Meta
Ainda na carta aberta, Goldfajn considerou que o IPCA de 2017 ficou “ligeiramente” abaixo do piso da meta de inflação do ano passado, após o índice ficar em 2,95%, enquanto o limite inferior do objetivo perseguido pela autoridade monetária era de 3,0%.

“O ano de 2017 foi caracterizado por queda forte da inflação, redução consistente e substancial da taxa de juros básica da economia e recuperação da atividade econômica além do esperado no início do ano”, disse Goldfajn em carta aberta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Segundo ele, a queda na inflação no ano passado elevou o poder de compra da população e, juntamente com outros fatores, propiciou a retomada do consumo e da atividade econômica de forma geral. Goldfajn afirmou ainda que o BC tem calibrado a taxa de juros e continuará a fazê-lo, com vistas ao cumprimento das metas para a inflação.

Carta 
A carta aberta traz as justificativas do Banco Central para o fato de a inflação oficial de 2017, divulgada nesta quarta (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ter ficado abaixo de 3,0%, em 2,95%. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2017 era de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%). Pelas regras do regime de metas, sempre que a inflação fugir do intervalo estabelecido, o presidente do BC precisa enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda – que é, tecnicamente, o presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN), responsável pelo estabelecimento das metas.

No passado, o descumprimento havia ocorrido nos anos de 2001, 2002, 2003 e 2015. Em todos estes casos a inflação havia ficado acima do teto do intervalo da meta. Em 2017, porém, o problema foi uma inflação muito baixa, inferior ao piso.

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