BC admite que inflação deve ficar em 5,8% e ultrapassar teto da meta
Neste ano, o centro da meta de aumento dos preços é de 3,75%. Será considerado cumprido, entretanto, se ficar entre 2,25% e 5,25%
atualizado
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O Banco Central divulgou, nesta quinta-feira (24/6), o relatório de inflação do segundo trimestre. No documento, a autarquia admitiu que o indicador deve ficar em 5,8% e ultrapassar o teto da meta em 2021.
De acordo com o BC, o aumento dos preços é pressionado pela estiagem, o que também afeta diretamente o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Neste ano, o centro da meta de aumento dos preços é de 3,75%. Será considerado cumprido, entretanto, se ficar entre 2,25% e 5,25%. O resultado divulgado pelo BC projeta um cenário pessimista, em que a inflação extrapola a média perseguida pelo governo.
A instituição informou ainda que a chance da inflação superar o teto da meta de 5,25% para este ano passou de 41% para 74%. Caso a meta não seja cumprida, o BC deverá escrever uma carta pública justificando os motivos.
O relatório adiantou algumas razões. Entre as principais, estão o “significativo aumento” dos preços de “commodities”, a “deterioração do cenário hídrico” e a “persistência do cenário de restrições de oferta” de materiais e insumos.
“Esses fatores mais do que compensaram os efeitos desinflacionários do recrudescimento da pandemia sobre os preços de serviços e da recente apreciação do real”, diagnosticou o Banco Central.
PIB
A autarquia elevou sua previsão de crescimento da economia em 2021 de 3,6% para 4,6%. A porcentagem, entretanto, era para ser maior se o volume de chuva registrado desde outubro não fosse o menor dos últimos 91 anos.
“Entre os fatores que podem diminuir a taxa de expansão estão: risco de surgimento ou disseminação de novas variantes de preocupação do SARS-CoV-2; dificuldade para obtenção de insumos e custos elevados em algumas cadeias produtivas; e eventuais implicações da crise hídrica”, afirmou o BC.
A instituição também alertou sobre os riscos na geração de energia elétrica. Com a seca na bacia hidrográfica Paraná, as usinas termoelétricas devem ser mais utilizadas, o que eleva o preço da energia e pressiona ainda mais a inflação.