Banco Central revê para cima PIB e espera crescimento de 1,7%
Segundo relatório do BC, produção segue intensa no primeiro semestre e desacelera no 2º, devido ao aperto monetário dos juros na economia
atualizado
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O Banco Central revisou para cima a previsão do PIB. Previsto anteriormente para 1%, agora o crescimento esperado é de 1,7% no ano. De acordo com o órgão, o primeiro semestre será de atividade econômica mais forte, mas com expectativa de desaceleração na segunda metade de 2022.
Essa desaceleração se deve ao efeito das medidas da política monetária para conter a inflação.
O segundo trimestre, e, portanto, o fim do primeiro semestre, contará com estímulos ao consumo das famílias – saque extraordiário do Fundo de Garantia por Tempo de serviço (FGTS) e antecipação do 13º dos aposentados e pensionistas do INSS, por exemplo.
Também contribuem para a previsão do PIB a estimativa de avanço da produção agrícola e da indústria extrativa, que apresentaram queda no início do ano. Os dados foram divulgados no Relatório de Inflação do Banco Central, divulgado nesta quinta-feira (30/6).
Inflação
Impactos da guerra na Ucrânia, aumento do preço de combustíveis e de grãos também serão sentidos na inflação. Segundo o Banco Central, as projeções para o aumento dos preços em junho, julho e agosto são de 0,81%, 0,84% e 0,33%. No trimestre, acumula alta de 1,99% e 11,31% nos 12 meses até agosto.
Esse cenário não prevê o impacto das iniciativas do Congresso que buscam reduzir os preços dos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. Devido aos preços altos dos combustíveis, são esperados novos reajustes nos preços, afetados a curto prazo.
A inflação acumulada em 12 meses no trimestre pode variar ainda um pouco para cima, alcançando 12%, em um cenário que segue a Selic prevista no relatório Focus e a curva futura da trajetória dos preços do petróleo. Até o fim do ano, entretanto, a soma dos quatro trimestres deve cair a 8,8% de inflação.
Esse valor é acima do intervalo de tolerância (teto de 5%) da meta da inflação (3,5%).
O relatório prevê alta a curto prazo em alimentos industrializados, como farinha e pães, mas em seguida queda, junto aos alimentos in natura, como carnes e grãos, que têm tendência de estabilidade ou redução. Isso se deve à sazonalidade dos produtos, o que também deve afetar o preço do etanol.
Esse combustível apresentou queda entre maio e junho, segundo o IGP-M, da FGV publicado na quarta-feira (29/6). Justamente o etanol, em combinação com a expectativa de normalização da margem internacional do refino do petróleo, que fazem o BC esperar, ao longo do trimestre, um recuo dos combustíveis.
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