Bancada do PT diz a Haddad que não abre mão de taxar os bilionários
Segundo o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, a bancada “até abre mão de taxar os ricos”, mas não os bilionários
atualizado
Compartilhar notícia
O líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PR), disse, nesta terça-feira (8/8), que a bancada do partido “até abre mão de taxar os ricos”, mas não os bilionários. Dezenas de deputados do partido se reuniram, na manhã de hoje, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sede da pasta.
A reunião buscou dar um encaminhamento para a pauta econômica na Câmara. Falta uma votação na Casa para que o novo marco fiscal, que vai substituir o atual teto de gastos, seja aprovado.
Após o encontro, Zeca Dirceu afirmou:
“A bancada falou muito. A gente até abre mão de taxar os ricos. A bancada disse que abre mão até de taxar os milionários, o que não dá é para um país como o Brasil, com tanta desigualdade, continuar sem taxar sequer os bilionários, que pagam muito pouco. Eu acho que isso tem sintonia com o que pensa o governo e, inclusive, o Congresso”.
Segundo o líder, haverá medidas nesse sentido, sendo preciso, primeiro, vencer as matérias em debate (a reforma tributária, o novo regime fiscal e o PL do Carf). Ele ressaltou que a taxação dos bilionários (os chamados “super-ricos”) se faz necessária porque 1% da população concentra entre 50% e 60% da renda do país.
Em entrevista ao Metrópoles, no fim de julho, Haddad comentou a proposta de taxação de fortunas dos “super-ricos”. Segundo o ministro, o “super-rico” é uma “pessoa que está em um paraíso fiscal só dela”. Ele ainda emendou: “O Brasil criou uma espécie de conta paradisíaca para essas 2 mil famílias [de super-ricos]. Não faz sentido”.
“Estamos falando de 2,4 mil fundos, que envolvem um patrimônio da ordem de R$ 800 bilhões. Se fosse 1% da população, 2 milhões de pessoas… Estou falando de 2 mil pessoas”, defendeu o ministro.
A esquerda defende o envio de um projeto também de taxação sobre a renda, em uma segunda fase da reforma tributária. Haddad sinalizou que essa etapa só será encaminhada ao Congresso após a conclusão da reforma sobre o consumo.
Haddad diz que reforma do Imposto de Renda só deve vir no fim do ano
Zeca Dirceu acrescentou que houve “um curto-circuito ou outro” no primeiro semestre deste ano, mas que agora está superado. “A bancada, posso dizer que 100% dela, está em sintonia com o pensamento do ministro Haddad”, concluiu.