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B3 recebeu R$ 24,8 bilhões em capital estrangeiro no mês de janeiro

Analistas apontam que o Brasil ficou “barato” para os estrangeiros e que o resultado é uma surpresa positiva

atualizado

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Pessoas tiram selfies com a escultura Touro de Ouro que foi instalada em frente ao prédio da B3 na rua XV de Novembro, no Centro Histórico de São Paulo 1
1 de 1 Pessoas tiram selfies com a escultura Touro de Ouro que foi instalada em frente ao prédio da B3 na rua XV de Novembro, no Centro Histórico de São Paulo 1 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O investidor estrangeiro decidiu apostar no mercado brasileiro neste início de ano, em razão dos preços baixos em comparação aos seus pares emergentes, aponta o relatório mais recente divulgado pela B3. De acordo com o documento, até o dia 26 de janeiro, a entrada líquida de capital foi de R$ 24,847 bilhões, contra os R$ 14,547 bilhões registrados em dezembro. O valor é equivalente a 35,1% do total investido em 2021, quando a soma foi de R$ 70,758 bilhões.

Analistas apontam que o Brasil ficou “barato” e que o resultado é uma surpresa positiva. “Como se sabe que as próximas altas dos juros serão menores, o cenário dos ativos econômicos também se torna melhor. Ou seja, do ponto de vista macro, temos espaço para avançar, sim “, afirmou o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. Ele analisa, no entanto, que isso não tem a ver com avanços na política econômica do país.

Após um ano marcado por tensões políticas, desajuste das contas públicas e pela crise da pandemia de Covid-19, o saldo do investimento estrangeiro traz um certo fôlego para a bolsa de valores.

Segundo levantamento da Economatica, empresa que faz estudos sobre o Ibovespa, a B3 dolarizada sofreu perda de 8,25% em 2021. Enquanto isso, no mesmo período, a Dow Jones, em Nova York, caiu bem menos: 2,04%.

B3 Vs governo

De 2019 até agora, os principais indicadores econômicos do país pioraram consideravelmente, levando o mercado financeiro a abandonar a confiança irrestrita no ministro da Economia, Paulo Guedes, principal esteio do bolsonarismo na campanha de 2018.

No cenário que se desenha, no qual Bolsonaro não vai mais poder se vender como uma novidade tampouco prometer mundos e fundos no campo da economia, o postulante à reeleição mudou a mira e deve voltar a apostar nas pautas conservadoras. Sem a veia liberal vendida no último pleito, e com menos de um terço do eleitorado fidelizado, a principal confiança agora é na venda de sua imagem como trava à volta do PT ao poder.

O discurso, no entanto, não convence os investidores brasileiros, que apostam no ex-juiz Federal Sergio Moro como presidenciável que deve agradar ao capital estrangeiro.

A sinalização de Moro que o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore será seu principal assessor econômico na campanha agradou. Pastore é muito admirado entre empresários, acionistas e economistas.

 

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