Após 11 quedas, projeção de inflação para este ano volta a subir
Relatório divulgado pelo Banco Central mostra que a mediana para o IPCA (o índice oficial de inflação) foi de 3,92% para 3,95%
atualizado
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À espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira (31/5), os economistas do mercado financeiro elevaram levemente suas projeções para o IPCA neste e no próximo ano. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda (29), pelo BC, mostra que a mediana para o IPCA — o índice oficial de inflação — em 2017 foi de 3,92% para 3,95%.
Há um mês, estava em 4,03%. Já a projeção para o IPCA de 2018 foi de 4,34% para 4,4%, ante 4,3% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas no Focus indicam que a expectativa é a de que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
PIB
Os economistas do mercado financeiro alteraram, para pior, suas projeções para a atividade em 2017 e 2018. A mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano passou de 0,50% para 0,49%. Há um mês, a perspectiva era de avanço de 0,46%.
Para 2018, o mercado também mudou a previsão de alta do PIB, de 2,50% para 2,48%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,50%.
Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada em abril, os diretores do Banco Central afirmaram que os indicadores permanecem compatíveis com a estabilização da atividade econômica ao longo de 2017. Nas últimas semanas, no entanto, as notícias sobre a delação da JBS, que atingem o governo Michel Temer, elevaram o risco. Na visão de alguns analistas, a crise política pode prejudicar a recuperação da atividade.
No relatório Focus, as projeções para a produção industrial ficaram estáveis. O avanço projetado para 2017 seguiu em 1,3%. Há um mês, estava em 1,47%. No caso de 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,5%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.
Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 permaneceu em 51,5% no Focus. Há um mês, estava em 51,4%. Para 2018, as expectativas no boletim Focus seguiram em 55,2%, ante 55% de um mês atrás.
Selic
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic no fim de 2017 e de 2018. O Relatório de Mercado Focus trouxe mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 8,50% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.
O relatório indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 permaneceu em 8,50% ao ano, igual ao projetado há um mês.
O Copom anunciou mês passado corte de 1 ponto porcentual da Selic, para 11,25% ao ano, como esperado pelo mercado. Mais recentemente, uma parcela do mercado financeiro passou a projetar corte maior, de 1,25 ponto porcentual, no encontro desta semana. Esta migração de apostas, no entanto, foi prejudicada pelo aumento do risco político, após as notícias sobre a delação de executivos da JBS, que atinge o governo Michel Temer.No relatório Focus, a Selic média de 2017 foi de 10,19% para 10,28% ao ano. Há um mês, a mediana da taxa média projetada era de 10,28%. No caso de 2018, a Selic média seguiu em 8,50%. Quatro semanas antes, estava em 8,56%.
Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2017 em 8,63% ao ano. Uma semana antes, estava em 8,13% e, há um mês, em 8,50%.
Câmbio
A cotação da moeda americana segundo o Focus estará em R$ 3,25 no encerramento de 2017. Este valor é superior ao projetado uma semana atrás, de R$ 3,23. Há um mês, estava nos mesmos R$ 3,23. O câmbio médio de 2017 passou de R$ 3,17 para R$ 3,19, ante R$ 3,18 de um mês antes.
No caso de 2018, a projeção para o câmbio no fim do ano foi de R$ 3,36 para R$ 3,37. Quatro semanas antes, estava em R$ 3,38. Já a projeção para o câmbio médio no próximo ano foi de R$ 3,31 para R$ 3,33, ante R$ 3,35 de quatro semanas atrás.