Após baixa adesão, Caixa reabre PDV para desligar 7,2 mil empregados
Programa foi encerrado no último dia 20, mas só 2,3 mil funcionários resolveram deixar a estatal. Prazo foi reaberto nesta quarta-feira
atualizado
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Após o insucesso registrado no Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto no mês passado, a Caixa Econômica Federal (CEF) iniciou, nesta quarta-feira (2/12), um novo prazo para adesão ao programa. A informação, adiantada pelo Metrópoles, foi confirmada pela estatal.
Em 9 de novembro, a Caixa abriu um PDV com a expectativa de que cerca de 7,2 mil funcionários deixassem a instituição. O prazo para aderir ao programa se encerrou no último dia 20, mas somente 2,3 mil empregados (ou seja, 32% da estimativa inicial) resolveram deixar a empresa pública.
“Em atendimento ao pleito dos próprios funcionários da empresa que possuem os requisitos e necessitam de mais tempo para tomada de decisão, a Caixa reabriu o programa nesta quarta-feira, com novo prazo de adesão”, informou o banco, em nota.
As regras do PDV permanecem as mesmas já divulgadas pela instituição, e o prazo para adesão foi estendido até o próximo dia 11.
Dessa maneira, os empregados serão desligados até o fim do ano, com direito a um incentivo financeiro equivalente a 9,5 remunerações base. Poderá fazer parte quem atender aos requisitos do programa como também quem já se planejou para aposentadoria ou desligamento.
De acordo com a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a CEF perdeu, nos últimos seis anos, quase 20 mil bancários em todo o país. Hoje, a instituição conta com 82 mil empregados.
“O que estamos vendo é o total desmonte da Caixa. O banco reabriu o PDV logo após o início de uma reestruturação, sem nenhum planejamento. O que parece é que o único intuito foi pressionar os empregados a aderirem ao plano, pois a Caixa não alcançou o objetivo de mais de 7 mil adesões”, diz o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
“Além de piorar as condições de trabalho, a falta de bancários pode prejudicar o atendimento à população; especialmente neste momento de pandemia”, afirma.
Por sua vez, a Caixa Econômica sustenta que o “PDV não afeta a qualidade do atendimento oferecido aos clientes” e que “trabalha constantemente na modernização dos seus processos, na melhoria do atendimento e na sustentabilidade dos negócios”.
“Ao mesmo tempo, o banco preza pelo zelo e respeito aos profissionais, que durante anos contribuíram de diversas formas com a história da empresa”, prosseguiu a instituição, chefiada pelo presidente Pedro Guimarães.