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Apesar da deflação, aplicações no Tesouro Direto continuam vantajosas

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,23%, mas, ainda assim, os títulos devem permanecer atraentes

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Prédio do Banco Central no Setor de Autarquias Sul – Brasília – DF 04/11/2015
1 de 1 Prédio do Banco Central no Setor de Autarquias Sul – Brasília – DF 04/11/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Mesmo com o recuo da inflação neste ano, os títulos do Tesouro Direto, cujo rendimento é, em parte, composto pelo resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) devem seguir atraentes em relação a outros investimentos. A expectativa é que o IPCA encerre 2017 com um avanço de 3,46%, segundo projeções de economistas consultados pelo Banco Central.

Dependendo do prazo desses títulos e da perspectiva de melhora da economia no longo prazo, o rendimento pode até superar o de investimentos como as Letras de Crédito Agrícola (LCA) e Imobiliário (LCI), queridinhas do mercado por serem isentas de Imposto de Renda seguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF.

Cálculos do professor de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA) Alexandre Cabral mostram que, mantido o atual cenário, o rendimento de um investimento em Tesouro IPCA + 2024 será superior ao de uma LCI ou LCA que pague 90% do CDI — que acompanha a taxa básica de juros, a Selic — ao final de um ano.

Isso, apontam os números do especialista, pode ocorrer mesmo com o desconto de 17,5% de IR sobre o rendimento do título público para aplicações por esse período.

Na simulação feita por Cabral, em um investimento de R$ 10 mil, o ganho líquido — já descontado o IR — seria de R$ 784,17 para o Tesouro IPCA com vencimento em 2024 e de R$ 767,21 para a LCI ou LCA de 90% do CDI após 12 meses. Para um Certificado de Depósito Bancário (CDB) que pague 100% do CDI, o ganho líquido seria de R$ 706,20, também no prazo de um ano.

A parte prefixada da taxa paga pelo Tesouro + 2024, atualmente em 5,59% ao ano, é a responsável por sustentar o ganho líquido diante de uma inflação menor. Essa taxa, porém, pode variar com a mudança nas expectativas para a economia do país e, caso o investidor venda o seu título antes do prazo, pode ter rentabilidade maior ou menor do que a contratada — o rendimento será exatamente o contratado caso o título seja levado até o vencimento.

Como boa parte das LCIs e LCAs são atreladas ao CDI e esse indexador, por sua vez, acompanha a taxa de juros, seu rendimento deve ser menor à medida que a Selic cair. Ao final deste ano, a previsão é de uma taxa básica de juros em 8,5% ao ano, com perspectiva de alcançar 8,25% ao ano em 2018.

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