“Antecipação das eleições” prejudica retomada econômica, diz Guedes
Em seu diagnóstico, o “barulho” feito sobre quem assumirá o poder em 2023 impacta o mercado e repercute no Congresso
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou mais uma vez, nesta segunda-feira (23/8), que o clima eleitoral “antecipado” afeta a retomada econômica. O chefe da pasta participou do 41º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual.
Em seu diagnóstico, o “barulho” feito sobre quem assumirá o poder em 2023 impacta o mercado e repercute no Congresso, principalmente no Senado, que, segundo ele, trava pautas relacionadas às reformas estruturantes.
“Estávamos realmente decolando e, agora, há uma espécie de antecipação das eleições, que, evidentemente, tem impacto sobre as expectativas. Essa antecipação naturalmente prejudica. Causa muito barulho”, disse.
A fala do ministro ocorre diante de um cenário em que pesquisas mostram vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro (sem partido) nas intenções de voto entre os eleitores que se dizem de “centro”. Segundo o Datafolha, em um eventual segundo turno, o petista teria 52% dos votos dessa parcela do eleitorado, ante 17% de Bolsonaro.
O ministro, então, pediu moderação aos atores políticos para não atrapalharem o ritmo econômico. “Temos que moderar os excessos para garantir a recuperação econômica brasileira”, argumentou.
Guedes também ressaltou que o país recuperou-se pandemia da Covid-19 rapidamente, apesar da inflação ter avançado para 0,96% em julho e atingir 8,99% em 12 meses.
“Na verdade, os fundamentos continuam indicando que estamos na direção certa. Fomos a 10,5% do PIB [Produto Interno Bruto] de déficit, este ano já caímos para 1% e a previsão é de que ano que vem seja 0,3%. Praticamente acabou o déficit”, ponderou.
Nesta manhã, o mercado financeiro revisou sua previsão de aumento do PIB. O indicado vinha sendo projetado a uma estimativa de crescimento de 5,28% até semana passada, houve, entretanto, leve retração das expectativas, que passaram a ser de uma alta de 5,27%.