Alimentos pesam mais no bolso dos mais pobres: veja 10 maiores altas no ano
No grupo alimentação e bebidas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 5,46% no acumulado do ano
atualizado
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A inflação para famílias que ganham até cinco salários mínimos – o equivalente a R$ 5.225 por mês – apresentou alta de 0,36% em agosto deste ano, segundo dados divulgados nessa quarta-feira (9/9) pelo IBGE.
A taxa, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), é 50% mais alta se comparada à inflação das famílias que ganham até 40 salários mínimos (R$ 41,8 mil), o IPCA, que teve alta de 0,24%.
No caso da inflação das famílias de baixa renda, é o maior resultado para um mês de agosto desde 2012, quando o índice foi de 0,45%. No ano, o INPC geral acumula alta de 1,16%, segundo o IBGE.
Em meio ao caos econômico causado pela pandemia do novo coronavírus, o aumento dos preços foi maior ainda ao se recortar o grupo alimentação e bebidas. No acumulado do ano, a inflação (INPC) foi de 5,43%.
Em algumas capitais, como Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Vitória (ES) e Aracaju (SE), o índice ultrapassa os 6%. Ainda no quesito alimentação e bebidas, Brasília (DF), por sua vez, teve alta de 3,1%.
A seguir, veja os 10 alimentos que registraram as maiores altas do ano, de acordo com o INPC:
- Manga: 65,2%
- Cebola: 53,9%
- Feijão (fradinho): 41%
- Limão: 35,2%
- Feijão (mulatinho): 33,8%
- Pimentão: 33,6%
- Feijão (preto): 28,7%
- Mamão: 24,1%
- Fígado: 23,2%
- Cenoura: 22,8%
Na prática, isso quer dizer que famílias de baixa renda estão sofrendo mais para comprar os alimentos, uma vez que o grupo “alimentação e bebidas” tem um peso maior para essas pessoas.
Esses consumidores não foram muito recompensados, por exemplo, com a queda no preço das passagens aéreas, de -57,8% no acumulado do ano (IPCA), ao contrário do que acontece com famílias que ganham mais.
Por isso, o peso do grupo alimentos é maior para essas famílias e, consequentemente, a alta dos preços registrados nos supermercados acaba impactando especialmente os mais pobres.
Cesta básica
De acordo com números do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço dos alimentos básicos ficou mais caro em agosto para os consumidores de 13 das 17 capitais pesquisadas.
São Paulo registrou o valor mais alto da cesta: R$ 539,95, alta de 2,9% em comparação com julho. No ano, o preço do conjunto de alimentos aumentou 6,6% e, em 12 meses, 12,15%, segundo o Dieese.
O menor valor da cesta básica, por sua vez, foi registrado em Aracaju (SE), a R$ 398,47, alta de 1,46%.
Isso significa que o novo valor do auxílio emergencial, reduzido de R$ 600 para R$ 300 após aval do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não é suficiente para comprar a cesta básica em qualquer capital do país.