Ajuste no emprego deve continuar em 2016, com corte de 20 mil
Dessa forma, o setor deve terminar o ano de 2016 com cerca de 100 mil empregos eliminados em um intervalo de três anos
atualizado
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Depois de fechar 45 mil postos de trabalho em 2015, a indústria brasileira de máquinas e equipamentos deve continuar demitindo em 2016. Segundo o diretor de Competitividade, Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Bernardini, cerca de 20 mil vagas devem ser eliminadas neste ano. “O ajuste no emprego vai continuar porque ainda não foi totalmente ajustado”, disse.
Com isso, estima Bernardini, o setor deve terminar o ano de 2016 com cerca de 100 mil empregos eliminados em um intervalo de três anos. “Nós lamentamos isso porque são empregos extremamente qualificados, pessoas que foram treinadas. E são empregos que não voltam porque, em um eventual aumento de demanda, nós vamos ter problemas para conseguir mão de obra qualificada”, afirmou.
Segundo informou a Abimaq nesta quarta-feira (27/1), o setor encerrou o mês de dezembro com 309 mil trabalhadores. Em 2015, o faturamento foi de R$ 84,873 bilhões em 2015, recuo de 14,4% ante o volume de 2014. Esta é a terceira queda anual seguida.
Conselhão
Membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão do governo federal, a Abimaq pretende sugerir ao governo nesta quinta-feira (28), na primeira reunião do grupo desde 2014, a adoção de incentivos fiscais para que as fábricas instaladas no Brasil renovem seus parques industriais com a compra de máquinas e equipamentos, o presidente da entidade, Carlos Pastoriza.
Nós sabemos da dificuldade fiscal que o governo tem neste momento, mas seria importante o governo fazer um esforço para que o parque industrial se renove. O parque industrial do Brasil tem uma média de idade de 17 anos, enquanto na Alemanha é media é de oito anos. Nosso parque tem hoje máquinas mais antigas e menos automáticas
Carlos Pastoriza
Mais cedo, a Abimaq divulgou seus resultados de 2015 e mostrou que o setor registrou no ano a sua terceira queda seguida no faturamento, de 14,4%, para R$ 84,873 bilhões. No início do mês, o Broadcast antecipou que a Abimaq pretendia retomar a discussão sobre a implementação de um plano de renovação do parque industrial brasileiro, mas ainda não havia uma proposta definida
Na reunião de amanhã, Pastoriza pretende levar também uma proposta para melhorar a situação do setor a curto prazo, com o refinanciamento de empréstimos tomados por empresas do setor junto ao BNDES. “Precisamos de um alívio de pelo menos um ano na cobrança de amortizações por parte do BNDES, para que essas empresas possam sobreviver neste ano com menos carga financeira e depois continuem a pagar. Isso seria fundamental para que as empresas continuem produzindo”, explicou. A Abimaq tem assento no Conselhão desde 2003.