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Agropecuária e comércio são pedra no sapato do PIB do 3º trimestre

PIB cresceu 0,4% no período de julho a setembro, menos do que nos trimestres anteriores e abaixo das expectativas dos economistas

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Maquina coletando produto de plantação pib - Metrópoles
1 de 1 Maquina coletando produto de plantação pib - Metrópoles - Foto: Getty Images

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 0,4% no terceiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor veio abaixo das projeções do mercado, que calculavam um avanço de 0,6% no período.

Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o PIB cresceu 3,6%, também ligeiramente abaixo do que se esperava (3,7%).

As principais contribuições negativas foram dos setores de agropecuária e comércio, que tiveram desaceleração no período. Já entre os setores que mantiveram o ritmo de crescimento estão a indústria e as importações, embora tais setores tenham avançado menos do que em trimestres anteriores.

Veja abaixo o desempenho do PIB por setor:

Agropecuária derruba o PIB

O agro foi o único setor de que registrou queda no PIB trimestral. Em relação ao período de abril a junho, a agropecuária recuou 0,9%.

Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, o desempenho negativo do setor foi puxado por uma redução da produção nas lavouras de cana-de-açúcar.

O setor viveu um longo período de expansão no último ano, em razão do aumento dos preços da gasolina e do diesel. Uma vez que o etanol acompanha a cotação dos combustíveis fósseis, os produtores de cana investiram na ampliação da produção para aproveitar o momento de preços melhores.

Com o corte nos tributos da gasolina e do diesel, os preços dos combustíveis voltaram a cair, e a produção de cana também esfriou. Somado a isso, fatores climáticos adversos no estado de São Paulo também prejudicaram as lavouras.

Comércio tropeça

O comércio, importante categoria dentro de serviços (setor responsável por 70% do PIB brasileiro), recuou 0,1% no terceiro trimestre.

O dado é preocupante, segundo a economista Ariane Benedito, pois em setembro o comércio começa a ser influenciado por fatores sazonais importantes, como os preparativos para a Black Friday e as vendas de final de ano.

“Há um indicativo de que o desempenho do comércio no último trimestre do ano também venha abaixo do esperado”, prevê a economista.

A inflação e os juros elevados seriam os principais obstáculos ao crescimento do comércio. No entanto, o setor de serviços, como um todo, cresceu 1,1% no terceiro trimestre, abaixo do desempenho de 1,3% no período anterior.

“A melhora no mercado de trabalho, como mostraram os dados da PNAD de ontem, e a distribuição do Auxílio Emergencial contribuíram para manter o consumo das famílias em alta, mas outros setores da economia já mostram os impactos negativos da politica monetária contracionista [de alta de juros]“, explicou Benedito.

Indústria sob influência dos juros

A indústria avançou 0,8% no período, um resultado melhor do que o recuo de 0,1% no terceiro trimestre de 2021, mas abaixo do crescimento de 1,7% do segundo trimestre de 2022.

Como explicou a economista, o aumento da taxa Selic encareceu o custeio do setor fabril brasileiro e freou o crescimento da indústria, especialmente a indústria de transformação.

O PIB

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.

Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Assim, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.

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