Agência de risco Fitch rebaixa nota de crédito do Brasil para BB-
Nova classificação do país reflete fracasso na reforma da Previdência, que acabou engavetada após a intervenção no Rio de Janeiro
atualizado
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A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta sexta-feira (23/2) a nota do Brasil de BB para BB-, com perspectiva estável. O corte acontece dias após o recuo na reforma da Previdência, que acabou engavetada em razão da intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro, decretada no último dia 16. Com a redução na nota, o país fica ainda mais longe do selo de bom pagador de sua dívida.
No dia 11 de janeiro, a agência Standard&Poor’s (S&P) já havia rebaixado a nota do Brasil de BB para BB-, em meio às dificuldades do governo para aprovar a reforma da Previdência.
Em entrevista exclusiva concedida ao Broadcast/Estadão na semana passada, a diretora havia anunciado que um retrocesso na agenda da reforma da Previdência poderia ser negativo para o rating do Brasil.
Ministério da Fazenda
Após o engavetamento da reforma da Previdência ter levado uma segunda agência de classificação de risco a rebaixar a nota de crédito do Brasil neste ano, o Ministério da Fazenda disse que o governo federal segue comprometido em progredir com a agenda de reformas macro e microeconômicas.
A pasta ainda buscou destacar a “composição saudável” da dívida pública brasileira, capaz de mitigar riscos para sua gestão, uma reação ao comentário da Fitch sobre o “crescente fardo” do endividamento para as contas do país.
O anúncio da Fitch ocorre na mesma semana em que o governo federal admitiu oficialmente a suspensão da tramitação da reforma da Previdência, medida necessária para o equilíbrio das contas públicas e da própria dívida, que segue trajetória crescente nos últimos anos. A agência rebaixou a nota de BB para BB-, com alteração da perspectiva de negativa para estável.
Reformas
O governo ressaltou medidas já aprovadas no Congresso Nacional, como o teto de gastos, a reforma trabalhista, o regime de recuperação fiscal dos estados e a nova Taxa de Longo Prazo (TLP), além da própria reformulação das políticas de crédito do BNDES.
“Além disso, o governo federal segue comprometido em progredir com a agenda de reformas macro e microeconômicas destinadas a garantir o equilíbrio das contas públicas, crescimento econômico sustentável e contínua melhoria do ambiente de negócios”, afirma a nota. (Com informações da Agência Estado)