Ações da Eletrobras disparam quase 50% e Bolsa supera 70 mil pontos
Com essa perspectiva, o valor de mercado da estatal atingia R$ 20,171 bilhões no início da tarde, segundo dados da provedora da Economatica
atualizado
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O mercado adorou o anúncio do governo de que pretende privatizar a Eletrobras. As ações da empresa disparam e, por volta das 15h25, registraram alta de 48,59% (ON) e 32,98% (PNB) no pregão desta terça-feira (23/8). Além da companhia de energia, o movimento criou uma espécie de clima favorável que impactou as outras estatais, como é o caso da Cemig e do Banco do Brasil. Com isso, o Ibovespa, o indicador de desempenho das ações mais negociadas da Bovespa, ultrapassou o patamar dos 70 mil pontos, aos 70.113 pontos, faixa que não era atingida desde 2011.
Segundo operadores e analistas, o que animou os investidores é que a perspectiva de venda da Eletrobras pode melhorar a gestão e governança da companhia, gerando uma expectativa de desestatização de outras empresas, além de ajuda as contas públicas nacionais com a entrada de dinheiro.
No exterior, as ações da Eletrobras (EBR) disparam mais de 20% nas negociações “after-market” de Nova York. Os ativos que representam as ações ordinárias (ELET3) no Brasil eram negociados a US$ 5,51 no fim da noite de ontem, com alta de 23,8%. Na B3, a Bolsa brasileira, os papéis terminaram o dia negociados a R$ 14,20 (+3,35%).
Na segunda-feira, 21, o governo anunciou oficialmente que pretende privatizar a Eletrobras. De acordo com fato relevante da empresa, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a informação foi dada pelo ministro Fernando Coelho Filho, do Ministério de Minas e Energia (MME). A União permanecerá como acionista da companhia, por meio de uma classe especial, com direito a dividendos e poder de veto na administração.
Em nota, o MME ressaltou que a medida trará mais competitividade e agilidade à empresa para gerir suas operações, “sem as amarras impostas às estatais”. O MME cita os exemplos dos processos de privatização da Embraer e da Vale. O Ministério chamou atenção ainda que as “dívidas e ônus do passado se avolumaram e exigem uma mudança de rota para não comprometer o futuro da empresa”.
Um detalhe na nota oficial chamou a atenção de analistas e investidores. O governo destacou que “a redução da participação da União no capital da empresa” permitirá à companhia “implementar os requisitos de governança corporativa exigidos no Novo Mercado” e disse que a Eletrobrás precisa “buscar recursos no mercado de capitais”.