À espera de Copom e Previdência dos militares, Bolsa opera em baixa
O governo deve enviar nesta quarta-feira (20/3) a proposta que altera as regras de aposentadoria para as Forças Armadas
atualizado
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Incertezas sobre o rumo das negociações comerciais EUA/China, expectativa pelo envio da proposta da reforma de aposentaria dos militares e reuniões de política monetária aqui e no exterior são alguns dos temas que estão na pauta dos investidores nesta quarta-feira (20/3).
Aqui, primeiramente, o compasso de espera é pelo projeto de reforma previdenciária dos militares, à medida que o mercado ainda não tem ideia do teor do texto. A proposta está prevista para ser enviada nesta tarde ao Congresso.
Às 11h15, a Bolsa de Valores recuava 0,67%, nas mínimas, e perdia o patamar dos 99 mil pontos. No mesmo horário, o dólar operava em alta de 0,26%, nas máximas, cotado a R$ 3,7990.
A equipe econômica quer convencer o presidente Jair Bolsonaro (PSL) a propor um texto ainda mais duro para o regime de aposentadoria das Forças Armadas, buscando uma economia maior que os R$ 92,3 bilhões projetados para os primeiros dez anos. O objetivo é compensar o custo que a reestruturação das carreiras terá para os cofres públicos, de cerca de R$ 10 bilhões na primeira década. Em artigo publicado no jornal Valor Econômico nesta quarta-feira, Bolsonaro diz que despenderá todo esforço para que a reforma previdenciária seja aprovada “o quanto antes”.
“Precisa ver o que virá dessa proposta. Enquanto isso, o investidor ficará na expectativa”, diz um operador, citando ainda a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) à tarde, seguida de entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell.
“A expectativa é pelo comunicado, se indicará novos aumentos de juros e quantos poderão ser. Por ora, o cenário é mais negativo, com petróleo e minério em queda, e bolsas europeias recuando”, afirma a fonte. Os índices futuros de Nova York rondam a estabilidade, com viés de alta.
A LCA ainda acrescenta que muitos esperam que o Fed reduza as projeções para o crescimento da economia. A consultoria não descarta a possibilidade de a decisão do Fed causar certo nervosismo nos mercados, se frustrar as expectativas, gerando repercussões adversas sobre a liquidez global e os ativos e moedas emergentes.
Já para o primeiro Comitê de Política Monetária (Copom) do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a consultoria acredita que buscará sinalizar continuidade, preservando a retórica de “cautela, serenidade e perseverança”. Contudo, não elimina a chance de o comunicado indicar algum estímulo monetário — o que pode reforçar apostas de corte da taxa Selic em meados do ano. A expectativa unânime é que o Copom mantenha a Selic em 6,5% ao ano nesta quarta-feira, 20.