EBC tem surto de Covid-19: diretor e quatro gerentes testam positivo
Além dos gestores, outros 15 funcionários serão testados para confirmar a doença. Empresa retomou trabalho presencial recentemente
atualizado
Compartilhar notícia
Os funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) estão em alerta por causa dos recentes casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Nesta sexta-feira (16/10), a estatal confirmou que o diretor-presidente, Glen Valente, recém nomeado ao cargo (foto em destaque), testou positivo. Segundo a empresa, ele continua exercendo suas atividades em isolamento social.
Contudo, o número de infectados na EBC é maior. De acordo com servidores, também se contaminaram outros quatro gestores: a gerente de Jornalismo das Rádios, a gerente da Agência Brasil, a nova chefe do Núcleo de Programas Especiais da TV Brasil e o chefe de Reportagem da TV Brasil Gov.
Além dos chefes, outros 15 funcionários serão testados para confirmar a doença. A onda de casos na EBC ocorre justamente no momento em que a empresa decidiu convocar os empregados a retornar ao trabalho presencial.
A retomada ao trabalho presencial foi alvo de disputa judicial. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal tinha conseguido uma liminar para impedir a empresa de convocar os trabalhadores para retomar o trabalho presencial sem que houvesse melhora no quadro da Covid-19 no DF.
Porém, na semana passada, a EBC conseguiu derrubar a liminar. Na sequência, aprovou uma resolução da diretoria dizendo que o trabalho remoto seria a exceção e não mais a regra.
Os sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas do DF, SP e RJ e a Comissão de Empregados da EBC divulgaram nota cobrando à diretoria que revogue a ordem para retorno presencial das atividades. E chamam atenção para os casos de coronavírus na empresa. ” Trata-se de um surto da Covid-19″, diz o documento. As associações farão uma reunião para discutir o assunto na segunda-feira (19/10).
Reclamações
Nesta sexta-feira, o Metrópoles publicou relatos de funcionários que reclamam de “censura, governismo e boicote” por parte da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no grupo que reúne veículos como TV Brasil, Agência Brasil e Rádio Nacional.
Com a tensão elevada, o teletrabalho foi suspenso. “Os chefes tiveram que – exceto os do grupo de risco – seguir trabalhando de forma presencial. E isso acirrou ainda mais os ânimos”, relata um colaborador.
Ele continua: “Antes, as divergências eram relacionadas às pautas, às censuras, às práticas de governismo. Agora, esses chefes, com o suporte da direção, querem impor um retorno ao trabalho presencial de forma obrigatória, mesmo o jornalismo da empresa funcionando bem com o trabalho remoto. É como se fosse uma vingança , uma birra”, pondera.