EBC pune funcionário que postou sobre Temer e exonera chefe do portal
Segundo a estatal, os trabalhos da sindicância foram “abreviados” já que o empregado responsável pela postagem assumiu a autoria
atualizado
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Depois de uma postagem na conta oficial da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no Twitter ironizando o presidente em exercício, Michel Temer, o diretor-presidente da estatal, Ricardo Melo, abriu sindicância para apurar o caso e exonerou a chefe do portal da empresa. Segundo a estatal, os trabalhos da sindicância foram “abreviados” já que o empregado responsável pela postagem assumiu a autoria.
Em nota, a empresa afirmou que “a partir da conclusão dos trabalhos, o Diretor-Presidente decidiu pela aplicação da penalidade disciplinar correspondente à gravidade do ocorrido, alinhado ao entendimento firmado pela Procuradoria Jurídica, com base nos normativos internos da Empresa”, disse.
Ainda de acordo com a nota, Melo orientou todos os gestores a reforçarem medidas de controle “para evitar a repetição de casos da mesma natureza”.
A polêmica também levou à troca do comando do portal da empresa. De acordo com portaria interna assinada por Melo, Lídia Gurgel Neves deixou o cargo de Gerente Executiva de Web e Novas Mídias, que ocupava interinamente. Para seu lugar, o presidente da EBC nomeou em outra portaria Allan Walbert Nascimento dos Santos. Os dois, tanto Lídia como Allan, segundo apurou a reportagem, são servidores da casa. Santos era coordenador de edição e otimização de conteúdo. Lídia continua na empresa em outra função.
Disputa
Em mais um capítulo da guerra da equipe da estatal nomeada pela presidente afastada Dilma Rousseff e o governo peemedebista, o twitter oficial da EBC fez uma publicação ontem com ironias a Temer. “Quando a pessoa escolhe passar vergonha Planalto confirma Temer na abertura da Rio 2016”, afirmava o texto, que foi deletado na sequência, e trazia junto o link de uma matéria da Agência Brasil sobre o tema.
Pouco depois, em nota, o diretor-presidente da EBC, Ricardo Melo, considerou a postagem “inadmissível” e enfatizou que ela não representava a posição da empresa.
O post irritou o Palácio do Planalto, que vem tentando ‘desaparelhar’ a empresa e já manifestou até a intenção de extingui-la. Coube ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, comentar o episódio oficialmente. “Antes do Pres Temer, tentaram, mudando estatuto e direção, “desmantelar” a EBC. Erraram. Breve voltará ao normal”, disse o ministro, também pelo seu twitter. Padilha acrescentou ainda que “a EBC não será aparelho partidário. Será motivo de orgulho de seus funcionários e respeito e confiança dos brasileiros”.