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“É uma nova pandemia”, diz secretário de Saúde de SP, Jean Gorinchteyn

Secretário explicou ao Metrópoles o que torna esta onda da pandemia de coronavírus diferente da anterior

atualizado

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O governador João Doria (PSDB) e o secretário Estadual de Saúde Jean Gorinchteyn apresentam respiradores para doação para o estado de Amazonas contra o coronavírus.
1 de 1 O governador João Doria (PSDB) e o secretário Estadual de Saúde Jean Gorinchteyn apresentam respiradores para doação para o estado de Amazonas contra o coronavírus. - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – O ritmo acelerado de transmissão da Covid-19 e suas complicações, que têm elevado as taxas de mortalidade e internações em todo o país, fez o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, chegar à conclusão de que estamos vivendo “uma nova pandemia”.

Em uma conversa com o Metrópoles, o secretário explicou que o agravamento da crise sanitária é resultado da transmissão de um “novo vírus”, aliado ao desrespeito às regras de isolamento social.

“É uma nova pandemia. A gente vê por meio da velocidade com que o vírus se espalha. As pessoas estão fazendo isolamento, fizeram esse mesmo isolamento na fase verde [do Plano São Paulo, que prevê restrições mediante determinados indicadores de casos, mortes, transmissão, ocupação de leitos], e não tinha esse ritmo de transmissão. Ficamos 12, 13 semanas com os índices caindo”, disse à reportagem.

“É outro vírus, e está pegando gente nova. Ele tem capacidade de infectar e, infelizmente, promover inflamação. Quando inflama, principalmente em alguns pacientes, o quadro se agrava”, explica. “Tem Covid e Covid”, emendou.

Os dados corroboram a fala do secretário. A média móvel de internações apresenta alta desde a oitava semana deste ano. Apenas nos três primeiros dias desta semana, o índice já é 6% maior do que o registrado ao longo de toda semana anterior.

A média diária desta semana é de 2.760 novas internações. Na semana passada, o indicador era de 2.593. Após o pico da primeira onda, que teve cerca de 1.900 internações por dia, o registro mais baixo foi em outubro, com média de 840 internações por dia.

Internações em SP

Em outubro do ano passado, a taxa média de isolamento também ficou entre 40% e 45%, o mesmo índice registrado na primeira quinzena deste mês.

Questionado se há previsão de notícia positiva, o secretário afirmou que, neste momento, a esperança é a vacina. “Além disso, só podemos falar: cuide-se, precisamos de você para não colapsar o sistema de saúde, estamos no limite.”

O secretário ressalta que as pessoas estão cansadas, mas diz não haver outra saída. Nesta semana, o estado iniciou uma nova etapa de restrições, a fase emergencial, com objetivo de conter a pandemia.

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Estado de São Paulo apostou na fase emergencial por quase um mês
Trecho da Avenida Paulista, no centro de São Paulo, à noite
Movimentação no primeiro dia da fase emergencial na cidade de São Paulo, nesta noite de segunda-feira (15/3)
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Restaurantes funcionam com restrições – março de 2020

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Estado de São Paulo apostou na fase emergencial por quase um mês

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Trecho da Avenida Paulista, no centro de São Paulo, à noite

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Movimentação no primeiro dia da fase emergencial na cidade de São Paulo, nesta noite de segunda-feira (15/3)

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Movimentação no primeiro dia da fase emergencial na cidade de São Paulo, nesta noite de segunda-feira (15/3)

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O estado de São Paulo iniciou a fase emergencial em 15 de março

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Viaturas da GCM fazem ronda na capital paulista

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Movimentação no primeiro dia da fase emergencial na cidade de São Paulo, nesta noite de segunda-feira (15/3)

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Movimentação no primeiro dia da fase emergencial na cidade de São Paulo, nesta noite de segunda-feira (15/3)

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Governo de São Paulo não implantou lockdown na pior fase da pandemia

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Cenário dramático

Março já é o pior mês da pandemia no estado. Na quarta, a média diária registrada foi de 421 óbitos por Covid-19 — o maior índice desde o início da crise epidêmica. Neste mês, São Paulo superou três vezes o recorde de mortes diárias. Na terça-feira (16/3), atingiu o número mais alto: 679 óbitos em 24 horas.

Também na terça, 25 hospitais da rede estadual de saúde de São Paulo atingiram mais de 100% da ocupação de leitos de tratamento intensivo para Covid-19.

Além disso, na capital, em movimento inédito, 15 hospitais da rede privada pediram 30 leitos à rede pública, segundo o secretário de Saúde do município de São Paulo, Edson Aparecido.

Diante este cenário, o maior cemitério da América Latina, o Vila Formosa, localizado na capital do estado, antecipou-se e acelerou ação para aumentar o número diário de covas abertas.

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A necrópole é a maior da América Latina, com quase 700 mil m²
A nova área foi cavada na Quadra 70, para receber corpos de Covid-19
Grupo de pessoas acompanha enterro, em Vila Formosa
Cerca de 30 corpos de vítimas de Covid-19 são enterrados todos os dias no cemitério da Vila Formosa, zona leste de São Paulo
Poucas flores adornam longo terreno de terra cavada
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Novas covas abertas no Cemitério da Vila Formosa, zona leste de São Paulo

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A necrópole é a maior da América Latina, com quase 700 mil m²

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A nova área foi cavada na Quadra 70, para receber corpos de Covid-19

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Grupo de pessoas acompanha enterro, em Vila Formosa

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Cerca de 30 corpos de vítimas de Covid-19 são enterrados todos os dias no cemitério da Vila Formosa, zona leste de São Paulo

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Poucas flores adornam longo terreno de terra cavada

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O Cemitério da Vila Formosa chama a atenção pelo tamanho e pela área verde

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À tarde, uma dezena de carros chegou ao Vila Formosa para acompanhar enterros

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A cidade de São Paulo tem quase 20 mil mortos pelo novo coronavírus

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O Vila Formosa possui duas necrópoles

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