“É preciso permitir direito à defesa”, diz Lula sobre Silvio Almeida
Lula convocou reunião com o ministro Silvio Almeida para tratar das denúncias publicadas pelo Metrópoles, de que ele cometeu abuso sexual
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai definir nesta sexta-feira (6/9) sobre a saída ou não do ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, de seu governo. O ministro é acusado de ter assediado sexualmente mulheres que trabalham na administração federal, incluindo a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, conforme denúncia da coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
Em entrevista à rádio Difusora, de Goiânia, Lula afirmou que quem pratica assédio “não vai ficar no governo”, mas disse que vai garantir a Almeida o direito de se defender. “Eu tenho que ter o seguinte bom senso: é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção de inocência. Ele [Silvio Almeida] tem direito de se defender”, disse Lula, que convocou o ministro para uma reunião no Palácio do Planalto no início da tarde desta sexta-feira.
Foram convocados ainda o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho.
“Nós vamos colocar a Polícia Federal, o Ministério Público e a Comissão de Ética da Presidência da República para investigar. Porque eu estou em uma briga danada contra a violência contra as mulheres. Então, não podemos permitir que tenha assédio”, seguiu o petista.
Apesar de reforçar o direito à defesa, Lula já admitiu, na mesma entrevista, que a continuidade de Almeida no governo é inviável. “Vamos ter que apurar corretamente, mas acho que não é possível a continuidade [do ministro] no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso com alguém que seja acusado de assédio”, disse o presidente da República.
Lula está em Goiânia para um evento nesta manhã de sexta e volta a Brasília para resolver o problema, que virou o principal assunto de seu governo.