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“É possível ter um mandante”, diz delegado sobre mortes de Bruno e Dom

Eduardo Fontes afirmou que a PF ainda apura as circunstâncias dos assassinatos e nenhuma linha investigativa ficará de lado

atualizado

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Arquivo pessoal
Indigenista Bruno Araújo Pereira e jornalista Dom Phillips. O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista Dom Phillips desapareceram no domingo (5/6)
1 de 1 Indigenista Bruno Araújo Pereira e jornalista Dom Phillips. O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista Dom Phillips desapareceram no domingo (5/6) - Foto: Arquivo pessoal

Em novas declarações, o superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Eduardo Fontes, disse na quinta-feira (23/6) que as autoridades não descartam um envolvimento de um mandante nas mortes do indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, assassinados no Vale do Javari (AM).

“É possível ter um mandante. A investigação ainda está em andamento, mas a gente está apurando tudo e nós não vamos deixar nenhuma linha investigativa de lado e vamos apurar de forma técnica e segura para dizer o que efetivamente aconteceu e o que não aconteceu”, disse o delegado da PF do Amazonas ao Jornal Nacional, da TV Globo.

Em nota emitida na última sexta-feira (17/6), pelo Comitê de Crise coordenado pela Polícia Federal no Amazonas, a corporação informou que há indicativos da participação de mais pessoas nos assassinatos. Entretanto, a PF afirmou que “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca
Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 
Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime
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Em 5 de junho de 2022, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira viajavam juntos para que Dom realizasse entrevistas para o livro que escrevia sobre a preservação da Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

Reprodução/Redes sociais
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Em 8 de maio, a força-tarefa efetuou a prisão do primeiro suspeito pelo desaparecimento: Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado. Vestígios de sangue foram encontrados na lancha de Amarildo após perícia da Polícia Federal 

Arquivo pessoal
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Em 12 de junho, uma semana depois, mochilas com os pertences pessoais de Dom e Bruno foram encontradas. Não muito tempo depois, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, irmão de Pelado, foi preso sob suspeita de envolvimento no crime

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Mulheres realizam manifestação após morte de Bruno e Dom na Amazônia

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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Bruno e Dom foram interceptados em rio e executados

Material cedido ao Metrópoles
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

Redes sociais/reprodução
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A tentativa de ocultação, porém, não teria dado certo. Jeferson e Amarildo retornaram no dia seguinte, esquartejaram os corpos e os enterraram em um buraco escavado. A distância entre o local em que os pertences foram escondidos e onde os corpos foram enterrados é de 3,1 km

Divulgação/Polícia Federal
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Depois de fazer uma reconstituição do caso junto a Amarildo, a força-tarefa anuncia ter encontrado “remanescentes humanos” que, mais tarde, se confirmariam como os corpos de Dom e Bruno

Reprodução/Redes sociais
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Em 16 de junho, os corpos de Dom e Bruno chegaram a Brasília para realização de perícia e confirmação de identidade

Igo Estrela/Metrópoles
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Exame médico-legal indicou que morte de Dom Phillips foi causada por disparo de arma de fogo

Photo by Victoria Jones/PA Images via Getty Images
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A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”

Funai/Divulgação
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Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Funai. Ele dedicou a carreira à proteção dos povos indígenas. Nascido no Recife, tinha 41 anos. Ele deixa esposa e três filhos

Reprodução
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

Com a conclusão do trabalho de perícia, os corpos dos dois foram entregues às famílias na quinta-feira.

Também na quinta, outro homem se apresentou à Polícia afirmando ter envolvimento nos assassinatos. Gabriel Pereira Dantas abordou policiais militares na Praça da República, na capital de São Paulo.

Dantas relatou que, após participar das mortes do indigenista e do jornalista inglês, fugiu para Santarém, Manaus, Rondonópolis e, finalmente, São Paulo. O homem de 26 anos decidiu se entregar porque estava na rua e não aguentava mais a situação.

Gabriel relatou em depoimento à Polícia Civil de São Paulo que estava morando em Atalaia na casa flutuante de um “rapaz” que conhecia “há muito tempo”. Dantas estava escondido da facção criminosa Comando Vermelho.

“Eu fui pra lá para ficar tranquilo, porque eu tinha sido ameaçado de morte em Manaus. E lá eu conheci o Pelado”, afirmou mencionando Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos.

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